Descoberto primeiro dinossauro bípede com armadura da América do Sul

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Imagem: Gabriel Díaz Yantén

Pesquisado desde 2012 na Área Paleontológica La Buitreira, na província de Rio Negro (Argentina), um novo dinossauro blindado foi descoberto e considerado membro de uma antiga linhagem de tireóforos basais que sobreviveu até o Cretáceo Superior na América do Sul. Embora com a armadura óssea característica dos gigantescos estegossauros e anquilossauros, a nova espécie é bem menor que seus "primos" do hemisfério norte.

Com quatro a sete quilos de peso e um metro e meio de comprimento, o Jakapil kaniukura era um pequeno dinossauro herbívoro e bípede, com braços curtos e diversas fiadas de ossos dérmicos (exteriores ao corpo). Essa resistente armadura protegia o pescoço, dorso e cauda do animal, e pode tê-lo defendido dos vorazes predadores da época.

Em comunicado à imprensa, o paleontólogo e coautor do estudo Sebastián Apesteguía destaca que “a característica mais marcante deste animal é a crista na parte inferior da mandíbula, desconhecida de todos os outros tireóforos, e que é o que dá nome à espécie ('kaniukura' em mapudungún, a língua mapuche, significa crista de pedra)".

Como vivia o Jakapil kaniukura?

De acordo com o estudo, o baixo peso e o corpo ereto faziam do Jakapil um animal extremamente ágil. Protegido dos predadores pela sua armadura, o dinossauro era herbívoro e provavelmente usava o seu bico curto, porém forte, para mastigar a vegetação lenhosa e resistente da região. A animação em CGI acima ilustra como o pequeno tireóforo explorava a paisagem árida da Patagônia no Cretáceo.

Apesteguía liderou as escavações em Rio Negro e foi o primeiro a encontrar ossos do Jakapil, na verdade apenas dois pequenos dentes em 2012. Dois anos depois, junto com outros cientistas, o paleontólogo descobriu um esqueleto com dentes atípicos – parecidos com dentes de iguana – e uma mandíbula em forma de bloco.

Um dos participantes da equipe, Facundo Riguetti, que fazia uma tese sobre dinossauros blindados, reconheceu o fóssil como material de seu interesse, e continuou coletando ossos. Em 2020, ele terminou de reconstituir a estrutura da espécie, e se tornou o primeiro autor do estudo atual, que foi publicado neste mês na revista Scientific Reports.

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