Dinossauro descoberto na Argentina foi o maior predador da época

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Imagem: Jorge Blanco

Cientistas argentinos encontraram no sul daquele país uma nova espécie de dinossauro bípede carnívoro, batizado como Llukalkan aliocranianus, termo que, na língua dos índios mapuches, significa “aquele que causa medo”. Para fazer jus ao nome, os pesquisadores afirmam que a criatura estava “provavelmente entre os principais predadores” da sua época.

Descrito em um artigo publicado hoje (1º) na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, o dinossauro, com cerca de 80 milhões de anos, tinha um crânio esquisito, mas que pode ter lhe dado algumas vantagens especiais em relação aos seus “primos” tiranossauros do hemisfério norte.

Fonte: Gianechini et al./DivulgaçãoFonte: Gianechini et al./DivulgaçãoFonte:  Gianechini et al. 

Esse crânio diferente era curto e com ossos ásperos, o que dava à cabeça do dinossauro algumas protuberâncias e proeminências como as existentes em alguns répteis com chifres atuais. A conformação craniana sugere, segundo o artigo, que a espécie possuía uma audição bem melhor do que a de outros abelissauros, e semelhante aos atuais crocodilos.

Com um focinho um pouco atrofiado, mas com dentes afiados e uma “mordida extremamente poderosa”, o Llukalkan atingia cinco metros de comprimento. Embora bem menor que o mundialmente conhecido Tyrannosaurus rex, que chegava aos 12 metros, a espécie recém-descoberta contava, além da audição, com um olfato extremamente apurado.

Por que essa descoberta é importante?

Fonte: Federico Gianechini/ReproduçãoFonte: Federico Gianechini/ReproduçãoFonte:  Federico Gianechini 

Principal autor do estudo, o paleontólogo Federico Gianechini afirmou em comunicado que a descoberta é “particularmente importante” porque sugere uma abundância desses abelissaurídeos, não apenas na Patagônia, em um período de decadência dos dinossauros.

Os abelissaurídeos constituíam uma família dominante de dinossauros terópodes (pés com três dedos), com porte entre cinco a nove metros, que habitavam na Patagônia e outras áreas do supercontinente chamado de Gondwana, que agregava África, Índia, Antártida, Austrália e América do Sul.

Viavenator Exxoni (Fonte: Ezequiel Vera/Reprodução)Viavenator Exxoni (Fonte: Ezequiel Vera/Reprodução)Fonte:  Ezequiel Vera 

O Llukalkan aliocranianus, cujos restos fósseis foram encontrados a cerca de 700 metros da formação conhecida como Bajo de la Carpa, na Argentina, próximo ao depósito de fósseis de La Invernada, teria convivido com outro abelissauro também localizado no mesmo lugar: o Viavenator exxoni, um braquirostrano que possibilitou a identificação do clado (grupo com ancestral comum) Furileusauria.

Sem entrar nos detalhes dos estilos de vida dos dois dinossauros, Gianechini explica que ambos os vestígios fósseis sugerem que esses abelissauros estavam em franca expansão, que ocorreu pouco antes da extinção total dos demais dinossauros. Isso levar a crer que podem ainda existir muitos outros animais ainda não encontrados. “Por isso continuamos à procura de outras espécies”, concluiu o paleontólogo.

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