Vaping: cigarro eletrônico pode prejudicar saúde bucal, mostram estudos

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Os usuários de cigarro eletrônico, ou vape, desenvolvem uma comunidade de bactérias na boca diferente daquelas de não fumantes — e potencialmente mais danosa. É o que mostra um estudo realizado na Universidade de Nova York.

Os pesquisadores acompanharam adultos fumantes e não-fumantes e viram que o uso do vape aumenta o risco de desenvolver problemas na gengiva. Outra consequência da alteração foi a mudança da resposta imune dessas pessoas.

O uso dos cigarros eletrônicos tem se tornado popular principalmente entre os jovens (Fonte: Shutterstock)O uso dos cigarros eletrônicos tem se tornado popular principalmente entre os jovens (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Vem se tornando cada vez mais popular, nos últimos anos, o uso do cigarro eletrônico. Esses dispositivos portáteis possuem um depósito com um líquido que pode ser aquecido e inalado. A tecnologia é nova e ainda não tem regulação para ser comercializado em muitos países.

Também não se sabe os danos que seu uso traz para a saúde a médio e longo prazo. Estudos como esse, publicado na revista científica mBio são pioneiros na área. Mas os resultados não são promissores, o vape tem se mostrado prejudicial para a saúde assim como os cigarros convencionais.

Os pesquisadores de Nova York acompanharam 84 adultos divididos em três grupos: fumantes de cigarros convencionais, de eletrônicos e não fumantes. Em intervalos de seis meses foram coletadas amostras para analisar a composição da microbiota bacteriana da boca dos participantes.

Metodologia empregada

No início do estudo, todos eles já tinham alguma doença gengival, sendo os fumantes aqueles com quadros clínicos mais graves. Após o interstício entre as análises, o cenário piorou para alguns deles, inclusive entre os usuários de vape.

Analisando as bactérias da boca de cada participantes, eles descobriram que esses usuários possuem um microbioma oral bem diferentes dos demais, ainda que compartilhem um quinto do número de espécies de bactérias em comum.

Aquelas dos gêneros Selenomonas, Leptotrichia e Saccharibacteria estiveram mais presentes na boca de fumantes convencionais ou de usuários do eletrônico. Outras, Fusobacterium e Bacteroidales, estiveram muito mais associadas ao vape. Essas últimas são conhecidas como causadores de doenças gengivais.

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Além disso, o microbioma atípico levou a uma desregulação da resposta imune dessas pessoas. Usuários de vape tiveram níveis maiores de ocitocina, que pode piorar os quadros de problemas da gengiva existentes, aumentando a propensão à inflamação.

“O uso de cigarros eletrônicos é um hábito humano relativamente novo”, diz em nota o responsável pelo estudo, Scott Thomas. “Ao contrário do tabagismo, sabemos pouco sobre as consequências para a saúde do uso de cigarros eletrônicos e estamos apenas começando a entender como o microbioma único promovido pelo vape afeta a saúde e a doença bucal."

ARTIGO mBio: doi.org/10.1128/mbio.00075-22

Fontes

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