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Ciência

Vaping: cigarro eletrônico faz aumentar chances de ter disfunção erétil

Estudo publicado no American Journal of Medicine foi o primeiro a relacionar uso de cigarros eletrônicos e saúde sexual

schedule06/12/2021, às 14:30

Vaping: cigarro eletrônico faz aumentar chances de ter disfunção erétilFonte:  Shutterstock 

Imagem de Vaping: cigarro eletrônico faz aumentar chances de ter disfunção erétil no tecmundo

Um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine mostrou que homens que fumam vape (cigarro eletrônico) têm o dobro de chances de desenvolver disfunção erétil. Publicado dia 30 de novembro, o estudo foi o primeiro a verificar a associação entre o uso de cigarros eletrônicos e a saúde sexual masculina.

Foram analisados dados do Population Assessment of Tobacco and Health, pesquisa sobre o uso do tabaco nos Estados Unidos. Para o estudo, foram considerados dois grupos: a amostra total, com 13,7 mil homens de 20 anos ou mais; e outra com 11,2 mil, que excluiu participantes com mais de 65 anos ou histórico de doenças cardiovasculares, dada a maior ocorrência de disfunção erétil nesta população. 

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Em ambos os grupos, usuários de cigarros eletrônicos reportaram disfunção erétil com maior frequência que aqueles que nunca foram usuários, com mais do que o dobro de chance de apresentar a condição.

Imagem mostra modelos de cigarros eletrônicosImagem mostra modelos de cigarros eletrônicos

As evidências sugerem que a nicotina presente no vape reduz o fluxo sanguíneo, prejudicando o funcionamento erétil normal. Pesquisas em roedores apontam também para a hipótese de que a exposição aos líquidos de refil dos cigarros eletrônicos reduz os níveis de testosterona em circulação, prejudicando a performance sexual.

Riscos do vape ainda são pouco explorados

O vape é frequentemente percebido como menos danoso do que o cigarro comum, sendo até mesmo usado por quem deseja parar de fumar. Apesar disso, os pesquisadores advertem que podem existir riscos ainda não explorados, e estudos realizados nos últimos anos corroboram tais informações.

Omar el Shahawy, autor do estudo e professor assistente do Departamento de Saúde Populacional da NYU (New York University) disse à Insider que cigarros eletrônicos provavelmente são menos prejudiciais que cigarros normais, mas o vaping não é isento de riscos e também deve ter seu uso limitado.

Os efeitos de longo prazo ainda precisam ser mais avaliados, incluindo a disfunção erétil. Segundo os pesquisadores, as taxas de impotência sexual podem ser ainda maiores, já que envolvem dados declarados pelos próprios participantes.

Outras limitações do estudo incluem a ausência de informações sobre possíveis medicações tomadas pelos participantes que podem ter a disfunção erétil como efeito colateral, tais como antidepressivos ou betabloqueadores.

ARTIGO American Journal of Preventive Medicine: https://doi.org/10.1016/j.amepre.2021.08.004