As imagens mais incríveis do telescópio James Webb em 2023

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Imagem: NASA

Atualmente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) é considerado o maior e mais poderoso telescópio já lançado no espaço. A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) fez o lançamento do observatório espacial no dia 25 de dezembro de 2021, a bordo do foguete Arianespace Ariane 5, em um campo de lançamento localizado na Guiana Francesa.

Conforme a NASA explica, o telescópio concentra seus esforços em quatro áreas principais no universo, são elas: a primeira luz no universo, a montagem de galáxias no início do universo, o nascimento de estrelas e sistemas protoplanetários e planetas (incluindo as origens da vida).

Quinteto de Stephan, fotografado pelo telescópio James Webb em 2022.Quinteto de Stephan, fotografado pelo telescópio James Webb em 2022.Fonte:  NASA 

O telescópio é tão alto quanto um prédio de três andares e tão longo quanto uma quadra de tênis; não é à toa que os cientistas estão fotografando imagens incrivelmente detalhadas do nosso universo, como das primeiras galáxias. Por esse motivo, o TecMundo reuniu algumas das melhores imagens do JWST em 2023. Confira!

14 imagens impressionantes do telescópio James Webb em 2023

Aglomerado de estrelas NGC 346

No dia 11 de janeiro de 2023, o James Webb divulgou a imagem da NGC 346, uma região de formação de estrelas localizada na galáxia anã conhecida como Pequena Nuvem de Magalhães (SMC), a cerca de sete mil anos-luz de distância.

NGC 346 fica localizada a sete mil anos-luz de distância da Terra.NGC 346 fica localizada a sete mil anos-luz de distância da Terra.Fonte:  NASA/Ames 

“[O aglomerado de estrelas] NGC 346, mostrado aqui nesta imagem da câmera de infravermelho próximo do Telescópio Espacial James Webb da NASA (NIRCam), é um aglomerado dinâmico de estrelas que fica dentro de uma nebulosa a 200.000 anos-luz de distância”, é descrito no site da NASA.

Nuvem gelada Chamaleon I

No dia 23 de janeiro, o JWST revelou a nuvem Chameleon I, uma região localizada a aproximadamente 630 anos-luz de distância e conhecida por ter os gelos mais profundos e frios encontrados no espaço; a temperatura é de -263ºC. Os dados da nuvem apontam a existência de moléculas congeladas de enxofre, amônia, metano, metanol, entre outros elementos químicos.

Chamaleon I fica localizada em uma das regiões mais frias do Universo.Chamaleon I fica localizada em uma das regiões mais frias do Universo.Fonte:  NASA 

“Nossa identificação de moléculas orgânicas complexas, como metanol e potencialmente etanol, também sugere que os muitos sistemas estelares e planetários que se desenvolvem nesta nuvem em particular herdarão moléculas em um estado químico bastante avançado”, disse o astrônomo do Observatório de Leiden (Holanda), Will Rocha.

Galáxia NGC 7496

No dia 16 de fevereiro, o telescópio divulgou imagens de diferentes galáxias, capturadas durante um estudo sobre a formação de estrelas, gás e poeira em galáxias. A reprodução abaixo apresenta a galáxia espiral barrada conhecida como NGC 7496, localizada a aproximadamente 24 milhões de anos-luz de distância.

A NGC 7496 é um tipo de galáxia espiral barrada.A NGC 7496 é um tipo de galáxia espiral barrada.Fonte:  NASA 

“Graças à resolução do telescópio, pela primeira vez podemos realizar um censo completo da formação estelar e fazer inventários das estruturas de bolhas médias interestelares em galáxias próximas além do Grupo Local”, disse um cientista líder da Pesquisa, Janice Lee.

Estrela massiva WR 124

No dia 14 de março, foi divulgada pela NASA uma foto impressionante de uma das estrelas mais massivas e luminosas detectáveis pelos atuais equipamentos. A imagem apresenta a estrela WR 124 na constelação de Sagitta, localizada a cerca de 15 mil anos-luz de distância — o raro objeto estelar é de uma classe conhecida como estrelas Wolf-Rayet.

Localizada na constelação de Sagitta, a WR 124 é descrita com uma das estrelas mais massivas e luminosas. Localizada na constelação de Sagitta, a WR 124 é descrita com uma das estrelas mais massivas e luminosas. Fonte:  NASA 

“A imagem detalhada de Webb de WR 124 preserva para sempre um breve e turbulento período de transformação e promete descobertas futuras que revelarão os mistérios há muito ocultos da poeira cósmica”, a NASA descreve em uma publicação oficial.

O planeta Urano

No dia 6 de abril, foi revelada uma nova imagem do gigante de gelo do nosso sistema solar, o planeta Urano, localizado a cerca de 2,8 bilhões de quilômetros de distância. Além de uma coloração azul-claro, Urano tem 13 anéis e 11 podem ser visualizados na reprodução abaixo — do total, nove desses anéis são considerados principais, enquanto os outros dois são mais fracos.

Urano é descrito pelos astrônomos, como o gigante de gelo do sistema solar.Urano é descrito pelos astrônomos, como o gigante de gelo do sistema solar.Fonte:  NASA 

“Este planeta é caracterizado como um gigante de gelo devido à composição química de seu interior. Acredita-se que a maior parte de sua massa seja um fluido quente e denso de materiais ‘gelados’ — água, metano e amônia — acima de um pequeno núcleo rochoso”, a NASA explica no comunicado de divulgação.

Remanescente de supernova Cas A

No dia 7 de abril, o  JWST capturou mais uma imagem incrível por meio do seu equipamento de infravermelho médio, apresentando o remanescente de supernova Cassiopeia A (Cas A). O remanescente está localizado na constelação de Cassiopeia, a cerca de 11 mil anos-luz de distância.

Cas A é uma supernova remanescente localizada constelação de Cassiopeia .Cas A é uma supernova remanescente localizada constelação de Cassiopeia .Fonte:  NASA 

“Cas A representa nossa melhor oportunidade de observar o campo de detritos de uma estrela que explodiu e fazer uma espécie de autópsia estelar para entender que tipo de estrela estava lá antes e como essa estrela explodiu”, disse o principal investigador do programa Webb, Danny Milisavljevic.

Galáxia NGC 5068

No dia 2 de junho, a NASA divulgou um retrato da galáxia espiral barrada NGC 5068, capturada por dois sensores do telescópio. A galáxia está localizada na constelação de Virgem, a cerca de 20 milhões de anos-luz de distância. Segundo os cientistas, a observação da NGC 5068 pode representar um avanço para o estudo da formação de estrelas.

NGC 5068 pode significar um avanço para os cientistas que estudam a formação das estrelas .NGC 5068 pode significar um avanço para os cientistas que estudam a formação das estrelas .Fonte:  NASA 

“A visão aguçada em comprimentos de onda infravermelhos de dois dos instrumentos de Webb - MIRI (Mid-Infrared Instrument) e NIRCam (Near-Infrared Camera) — permitiu aos astrônomos ver através das gigantescas nuvens de poeira em NGC 5068 e capturar os processos de formação de estrelas como eles aconteceram”, descreve a NASA em comunicado oficial.

Nebulosa de Órion

Em uma missão realizada por uma equipe internacional de cientistas, pela primeira vez, o telescópio James Webb conseguiu coletar dados de um novo composto de carbono, conhecido como cátion metil (CH3+). A imagem acima apresenta uma região conhecida como Orion Bar (“Barra de Órion”, em português), localizada na Nebulosa de Órion, a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Terra.

Barra de Órion, na Nebulosa de Órion.Barra de Órion, na Nebulosa de Órion.Fonte:  NASA 

“Esta detecção não apenas valida a incrível sensibilidade do Webb, mas também confirma a postulada importância central do CH3+ na química interestelar”, disse Marie-Aline Martin-Drumel, da Universidade de Paris-Saclay, na França, membro da equipe científica.

Sargitário C

A partir de dados coletados pela câmera de infravermelho próximo (NIRCam), o telescópio James Webb fotografou uma região central da Via Láctea que abriga mais de 500 mil estrelas, conhecida como Sargitário C (Sgr C). Apesar da imagem apresentar detalhes incríveis, os cientistas apontam necessário realizar estudos mais aprofundados para uma melhor compreensão sobre a região.

Na imagem, uma região com hidrogênio ionizado é apresentada em ciano, seguida por nuvens infravermelhas na cor rosa.Na imagem, uma região com hidrogênio ionizado é apresentada em ciano, seguida por nuvens infravermelhas na cor rosa.Fonte:  NASA / ESA / CSA / STScI / S. Crowe (UVA) 

“Um aglomerado de protoestrelas — estrelas que ainda estão se formando e ganhando massa — está produzindo fluxos que brilham como uma fogueira na base da grande nuvem infravermelha escura, indicando que estão emergindo do casulo protetor da nuvem e em breve se juntarão às fileiras das estrelas”, é descrito em uma publicação oficial sobre a imagem.

Nebulosa de Órion

Em outra imagem fotografada pelo instrumento NIRCam do JWST, a NASA divulgou detalhes da parte interna da Nebulosa de Órion e do Aglomerado de Trapézio. Os pesquisadores sugerem que a região de formação estelar pode conter pouco mais de um milhão de anos, mas já apresenta milhares de novas estrelas que possuem entre 0,1 e 40 vezes a massa do nosso Sol.

A Nebulosa de Órion está localizada a aproximadamente 1,3 mil anos-luz de distância da Terra.A Nebulosa de Órion está localizada a aproximadamente 1,3 mil anos-luz de distância da Terra.Fonte:  NASA / ESA / CSA 

“A cavidade está maioritariamente preenchida com gás ionizado, visto aqui em roxo, enquanto os arredores têm uma mistura de poeira e gás molecular visto em vermelhos, castanhos e verdes. A Bright Bay, no canto superior esquerdo, está sendo erodida pelas estrelas massivas no centro da região e há muitos pilares de gás e poeira que estão sendo esculpidos”, os astrônomos detalham no site da ESA.

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Nebulosa do Caranguejo

A Nebulosa de Caranguejo, localizada a aproximadamente 6,5 mil anos-luz de distância da Terra, também foi um dos alvos do Telescópio Espacial James Webb em 2023. A partir da sensibilidade de dados infravermelhos do Webb, os cientistas buscam compreender melhor as condições e os efeitos das supernovas; afinal, a Nebulosa do Caranguejo é considerada uma remanescente de supernova.

No interior da remanescente, são apresentadas estruturas que representam os grãos de poeira cósmica em amarelo, branco e verde; no centro, é possível ver uma 'gaiola de filamentos gasosos em vermelho e laranja.No interior da remanescente, são apresentadas estruturas que representam os grãos de poeira cósmica em amarelo, branco e verde; no centro, é possível ver uma 'gaiola de filamentos gasosos em vermelho e laranja.Fonte:  NASA / ESA / CSA / STScI / Tea Temim 

“A sensibilidade e resolução espacial do Webb permitem-nos determinar com precisão a composição do material ejetado, particularmente o conteúdo de ferro e níquel, o que pode revelar que tipo de explosão produziu a Nebulosa do Caranguejo”, disse a cientista Tea Temim, associada da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Nebulosa do Anel

A Nebulosa do Anel (M57 ou NGC 6720) é uma das nebulosas mais estudadas pela NASA e outras agências espaciais, não é à toa que o JWST realizou uma nova observação com mais detalhes do objeto cósmico. Os astrônomos sugerem que se trata da imagem mais detalhada da região, revelando características das nuvens de poeira e gás ionizado a fim de possibilitar uma melhor identificação das regiões de alta densidade.

O centro da Nebulosa do Anel apresenta detalhes em vermelho e laranja, enquanto o 'anel' é apresentado em amarelo, azul e roxo.O centro da Nebulosa do Anel apresenta detalhes em vermelho e laranja, enquanto o 'anel' é apresentado em amarelo, azul e roxo.Fonte:  ESA / Webb / NASA / CSA 

“Percebemos que as observações do Webb nos forneceriam insights inestimáveis, uma vez que a Nebulosa do Anel se encaixa perfeitamente no campo de visão dos instrumentos NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo) e MIRI (Instrumento de Infravermelho Médio) do Webb, permitindo-nos estudá-la com detalhes espaciais sem precedentes”, os cientistas descrevem em um comunicado.

Herbig-Haro HH 211

A partir de uma fotografia capturada pelo Webb, os cientistas puderam observar o objeto cósmico Herbig-Haro 221 e um fluxo de uma protoestrela Classe 0, semelhante a uma versão inicial do nosso Sol — os objetos Herbig-Haro são regiões de estrelas recém-nascidas formadas por ondas de gás e poeira que colidem em alta velocidade. Com os instrumentos infravermelhos, os cientistas podem entender melhor a formação de estrelas em suas fases iniciais de desenvolvimento.

A nova fotografia da HH 211 oferece a maior resolução, até 10 vezes maior que qualquer outra imagem do objeto cósmico.A nova fotografia da HH 211 oferece a maior resolução, até 10 vezes maior que qualquer outra imagem do objeto cósmico.Fonte:  ESA / Webb / NASA / CSA / T. Ray 

“A imagem infravermelha é poderosa no estudo de estrelas recém-nascidas e seus fluxos, porque essas estrelas ainda estão invariavelmente incorporadas no gás da nuvem molecular na qual se formaram. A emissão infravermelha dos fluxos da estrela penetra no gás obscurecedor e na poeira, tornando um objeto Herbig-Haro como o HH 211 ideal para observação com os sensíveis instrumentos infravermelhos de Webb”, a NASA explica.

Cassiopeia A (Cas A)

Durante a nova observação da remanescente de supernova Cassiopeia A (Cas A), os pesquisadores conseguiram identificar nós de gás e ecos de luz que sobraram da explosão estelar responsável pelo objeto cósmico. Considerada uma das regiões mais estudadas do espaço, a nova imagem de Cas A apresenta detalhes como emissões de gás ionizado em forma de buracos redondos destacados em branco e roxo. As áreas laranja e rosa claro detalham a camada mais interna da remanescente, assim, os astrônomos detectaram gases compostos por enxofre, oxigênio, argônio e néon.

Durante as observações, os cientistas também detectaram uma grande bolha no canto inferior da imagem de Cassiopeia A, nomeada de Baby Cas A.Durante as observações, os cientistas também detectaram uma grande bolha no canto inferior da imagem de Cassiopeia A, nomeada de Baby Cas A.Fonte:  NASA, ESA, CSA, STScI 

“Embora tudo esteja claro, esta cena não é uma proverbial noite silenciosa. A visualização NIRCam (Near-Infrared Camera) de Cas A de Webb exibe esta explosão estelar em uma resolução anteriormente inacessível nesses comprimentos de onda. Esta imagem de alta resolução revela detalhes intrincados da camada de material em expansão que se choca contra o gás libertado pela estrela antes de esta explodir”, a NASA explica.

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