Uma observação recente realizada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) registrou a presença de objetos consideravelmente pequenos localizados no aglomerado do Trapézio. Segundo as informações, são corpos celestes do tamanho de Júpiter flutuando no espaço sem conexão com nenhuma estrela; os especialistas explicam que a descoberta pode mudar algumas teorias sobre planetas e estrelas.
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Foram observados cerca de 40 pares extremamente pequenos na Nebulosa de Órion (M42), apelidados de Jupiter Mass Binary Objects (JuMBOs); apesar disso, eles observaram outros não binários. Como não estão ligados a órbita de nenhuma estrela e alguns operam em pares, os cientistas ainda não conseguiram explicar exatamente a forma de 'funcionamento' deles, mas já estão estudando algumas possibilidades.
Os objetos têm aproximadamente 0,6 vezes a massa de Júpiter, o dobro da massa de Saturno, e estão localizados a cerca de 1.400 anos-luz de distância da Terra.Fonte: NASAb / ESA/ CSA/M. McCaughrean / S. Pearson
Uma das possíveis explicações é que os corpos celestes tenham crescido em uma região onde eles não conseguiram se formar como estrelas completas; eles também podem ter se desenvolvido próximos de estrelas, mas acabaram sendo 'ejetados' no espaço por conta de diferentes interações espaciais. Por enquanto, os cientistas apostam que a segunda opção é a mais provável, sugerindo que eles foram 'expulsos' após um ou mais eventos cósmicos.
“A hipótese da ejeção é a preferida no momento. A física dos gases sugere que você não deveria ser capaz de criar objetos com a massa de Júpiter por conta própria, e sabemos que planetas individuais podem ser expulsos de sistemas estelares. Mas como você expulsa pares dessas coisas juntas? Neste momento, não temos uma resposta. É uma questão para os teóricos", disse o consultor científico da Agência Espacial Europeia (ESA) e professor Mark McCaughrean, em mensagem enviada ao site BBC News.
Mistérios da Nebulosa de Órion
Além dos objetos binários, as observações da Nebulosa de Órion também apresentam outro mistério que está intrigando os cientistas. Ao observar o filtro F115W, responsável por coletar dados de luz nas ondas de 1,16 mícron, foram descobertas sombras circulares misteriosas ao redor de estrelas. Um dos grandes ‘problemas’ é que os pesquisadores não encontraram a sombra em nenhuma outra frequência de luz, apenas neste filtro específico.
Os cientistas acreditam que se trata de hélio frio e neutro absorvendo a luz da Nebulosa no plano de fundo; inclusive, eles veem "jatos protoestelares em absorção contra o fundo".Fonte: NASA / ESA / CSA/M. McCaughrean / S. Pearson
Uma das hipóteses é que se trata de poeira cósmica, contudo, não faz sentido a poeira desaparecer em todos os outros filtros; outra possibilidade é que seja a presença de hélio, considerado o segundo elemento químico mais abundando no universo. Mais especificamente, seria o hélio neutro.
“Quando eu estava olhando em volta, comecei a ver todas aquelas sombras escuras ao redor das coisas. E isso está nos números mais tarde. E está só nesse filtro, exclusivamente nesse filtro. Essas sombras não existem em nenhum outro comprimento de onda com o Hubble ou com o JWST”, disse o Dr. Mark McCaughrean, Conselheiro Sênior de Ciência e Exploração da Agência Espacial Europeia, ao IFLScience.
De acordo com o Dr. McCaughrean, alguns estudiosos da área até acreditam que a descoberta é muito mais emocionante do que a observação dos JuMBOs. Um estudo sobre as observações das sombras misteriosas, coletadas pelo JWST, foi submetido na revista científica Astronomy & Astrophysics.
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