James Webb detecta estrela anã marrom tão pequena que ‘não pode ser explicada’

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Imagem: NASA / ESA / CSA / STScI / K. Luhman / C. Alves de Oliveira

Em uma nova observação realizada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), cientistas conseguiram detectar três anãs marrons; uma delas é tão pequena que 'não pode ser explicada' — elas estão em um aglomerado estelar localizado a mil anos de distância da Terra. Na realidade, não é que ela não pode ser explicada, mas o seu pequeno tamanho desafia o que os astrônomos conhecem em relação às estrelas anãs.

De acordo com um estudo publicado na revista científica The Astronomical Journal, a anã marrom maior está em um aglomerado de estrelas, mas não tem sua órbita associada a uma estrela mãe. Ela possui massa cerca de oito vezes a de Júpiter, enquanto a menor delas possui entre três e quatro vezes maior que a massa de Júpiter. Os cientistas apontam que é o objeto cósmico do tipo com a menor massa já descoberto.

Como se trata de um aglomerado estelar relativamente jovem, as anãs marrons ainda apresentavam altas temperaturas por conta da sua formação recente; elas também brilhavam luz infravermelha. As estrelas foram descobertas utilizando a câmera de infravermelho próximo (NIRCam) do James Webb, em conjunto com o instrumento Near-Infrared Spectrograph (NIRSpec).

"É bastante fácil para os modelos atuais criarem planetas gigantes em um disco ao redor de uma estrela. Mas neste aglomerado, seria improvável que esse objeto tenha se formado em um disco, em vez disso, formando-se como uma estrela, e três massas de Júpiter são 300 vezes menores que o nosso Sol. Então, temos que perguntar, como o processo de formação estelar opera em massas tão pequenas, muito, muito menores?", disse a astrônoma da Agência Espacial Europeia (ESA), Catarina Alves de Oliveira, em um comunicado.

Estrela anã marrom pequena

Como uma estrela marrom não tem massa suficiente para o processo de fusão nuclear de hidrogênio, ela não consegue gerar a energia e luz que uma estrela comum emiteApesar disso, os cientistas acreditam que essas 'estrelas fracassadas' possuem massa o suficiente para o processo de fusão de deutério. No entanto, a nova observação desafia o que os cientistas compreendem sobre as anãs marrons.

As anãs marrons são chamadas de 'estrelas fracassadas', pois elas nascem de um aglomerado como uma estrela comum, mas não tem massa suficiente para realizar fusão de hidrogênio.As anãs marrons são chamadas de 'estrelas fracassadas', pois elas nascem de um aglomerado como uma estrela comum, mas não tem massa suficiente para realizar fusão de hidrogênio.Fonte:  NASA / ESA / CSA / STScI / K. Luhman / C. Alves de Oliveira 

Para uma estrela comum se desenvolver, é necessária uma nuvem de gás com muita massa e, consequentemente, com muita gravidade. Contudo, a pequena anã marrom foi originada de uma nuvem de gás muito reduzida, o que significaria que ela deveria ter uma gravidade mais fraca e isso dificultaria na formação de uma 'estrela fracassada' tão pequena.

“Explicar como uma anã marrom tão pequena poderia se formar é teoricamente desafiador. Uma nuvem de gás densa e pesada tem gravidade suficiente para colapsar e formar uma estrela. No entanto, devido à sua gravidade mais fraca, deveria ser mais difícil para uma nuvem pequena colapsar e formar uma anã marrom, especialmente para anãs marrons com massas comparáveis às dos planetas gigantes”, é descrito no comunicado oficial.

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