Superfície rachada de lua de Júpiter pode ser efeito de correntes oceânicas

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Imagem: Getty Images

Utilizando modelagem em supercomputadores, pesquisadores descobriram que correntes oceânicas em Europa, lua de Júpiter, podem ser responsáveis pelas mudanças na rotação da superfície congelada do satélite. A pesquisa foi publicada na revista JGR Planets.

Europa é uma das quatro luas galileanas de Júpiter, tendo sido descoberta em 1610. Visitada por seis espaçonaves, algumas características da lua chamaram atenção.

Europa é coberta por gelo, mas pode ter um oceano líquido abaixo da superfície.Europa é coberta por gelo, mas pode ter um oceano líquido abaixo da superfície.Fonte:  NASA/JPL-Caltech/SETI Institute 

A lua galileana apresenta uma superfície congelada, com diversas rachaduras e marcas que podem indicar atividade no satélite.

Por muito tempo se acreditou que essas marcas eram produto da influência de puxões gravitacionais de Júpiter sobre Europa. No entanto, toda essa atividade pode ser fruto de outro fenômeno.

Há algum tempo os pesquisadores estimam que haja um oceano líquido abaixo de toda a casca gelada do satélite, e alguns modelos indicam que a superfície do planeta se move em uma velocidade diferente da apresentada em seu interior.

De acordo com o estudo de Hamish Hay, pesquisador da Universidade de Oxford e ex-aluno de pós-doutorado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, esse fenômeno pode estar correlacionado com correntes oceânicas.

Esquema representativo das camadas da formação de Europa.Esquema representativo das camadas da formação de Europa.Fonte:  NASA/JPL-Caltech/Michael Carroll 

Analisando modelos computacionais de Europa, Hay pôde observar que as correntes oceânicas, formadas pelo aquecimento e resfriamento das águas, podem gerar uma força de arrasto que modifica a velocidade de rotação da crosta congelada da lua.

Essas modificações na velocidade de rotação provocadas pelas correntes, hora acelerando e outra desacelerando, são o que formariam os sulcos e rachaduras na superfície do planeta ao invés dos puxões de Júpiter.

O modelo foi bastante preciso nas previsões e na explicação da movimentação da crosta do satélite, além disso, pode ser confirmado em alguns anos.

As marcas da superfície da Europa.As marcas da superfície da Europa.Fonte:  NASA/JPL-Caltech/University of Arizona 

Não como mera curiosidade, esse novo modelo dará a Missão Europa Clipper mais um dado para ser observado. Com previsão de lançamento para 2024, a espaçonave irá analisar se o satélite tem condições de abrigar vida, assim como analisar a superfície, estrutura e atividade.

Com previsão de chegada ao destino em 2030, a Europa Clipper será a maior espaçonave de exploração planetária já lançada pela NASA.

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