Júpiter: novas imagens incríveis mostram detalhes do planeta

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Imagem: Fonte: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA, M.H. Wong (UC Berkeley) et al.

Os telescópios Gemini North, no Havaí, e Hubble, em órbita a cerca de 600 km acima da Terra, capturaram imagens de Júpiter em luz visível, infravermelha e ultravioleta. A compilação do conteúdo revelou características impressionantes da atmosfera turbulenta do maior planeta do sistema solar. Agora, as informações devem ajudar cientistas a descobrir o que impulsiona a formação das enormes tempestades do gigante gasoso.

Comparar os diferentes tipos de imagens oferece aos astrônomos novos insights sobre o comportamento da atmosfera de Júpiter. A Grande Mancha Vermelha – uma supertempestade gigante e persistente ao sul do equador do planeta –, por exemplo, chamou a atenção dos pesquisadores por ser bem visível nos comprimentos de onda de luz visível e ultravioleta, mas quase imperceptível no infravermelho.

Imagem de Júpiter em infravermelho, captada pelo telescópio Gemini North.Imagem de Júpiter em infravermelho, captada pelo telescópio Gemini North.Fonte:  NASA/ESA/NOIRLab/NSF/AURA/M.H. Wong and I. de Pater (UC Berkeley) et al. 

A comparação também revela que a região escura da Grande Mancha Vermelha em infravermelho é maior que a forma oval correspondente na imagem de luz visível. Segundo a equipe do NOIRLab, que divulgou as imagens no dia 11 de maio, a discrepância é causada pelas técnicas de imagem, que capturam diferentes propriedades da atmosfera do planeta.

Enquanto as observações em infravermelho mostram áreas da grande mancha cobertas por nuvens espessas, as imagens em luz visível e ultravioleta destacam as localizações dos chamados "cromóforos" – moléculas que absorvem a luz azul e ultravioleta, conferindo à mancha sua cor vermelha característica.

Imagem de Júpiter em luz visível, capturada pelo telescópio Hubble.Imagem de Júpiter em luz visível, capturada pelo telescópio Hubble.Fonte:  NASA/ESA/NOIRLab/NSF/AURA/M.H. Wong and I. de Pater (UC Berkeley) et al. 

As faixas de nuvens em contra-rotação de Júpiter são claramente visíveis em todas as três imagens, capturadas em 11 de janeiro de 2017. As imagens ultravioleta e de luz visível foram obtidas pela Wide Field Camera 3, do telescópio espacial Hubble; já a imagem infravermelha foi capturada pelo instrumento Near-Infrared Imager (NIRI), do telescópio Gemini North.

Imagem legendada pelo NOIRLab de Júpiter em luz visível, em espanhol.Imagem legendada pelo NOIRLab de Júpiter em luz visível, em espanhol.Fonte:  NASA/ESA/NOIRLab/NSF/AURA/M.H. Wong and I. de Pater (UC Berkeley) et al. 

As imagens do Hubble também revelam a Red Spot Jr, mancha menor com as mesmas características da maior, que se formou nos anos 2000, quando três tempestades de tamanho semelhante se fundiram a sudoeste da supertempestade maior. Assim como a Grande Mancha Vermelha, a "Junior" é quase invisível no comprimento de onda infravermelho.

Ao contrário das manchas vermelhas, um vórtice ciclônico que se espalha de leste a oeste pode ser visto com destaque na imagem infravermelha. Ele possui quase 72.000 quilômetros de comprimento e aparece como uma faixa brilhante no hemisfério norte do planeta. Em comprimentos de onda visíveis, esses ciclones aparecem em marrom escuro. Em comprimentos de onda ultravioleta, no entanto, eles mal são visíveis sob uma camada de névoa estratosférica.

Júpiter em comprimento de onda ultravioleta, em imagem captada pelo telescópio Hubble.Júpiter em comprimento de onda ultravioleta, em imagem captada pelo telescópio Hubble.Fonte:  NASA/ESA/NOIRLab/NSF/AURA/M.H. Wong and I. de Pater (UC Berkeley) et al. 

O líder do time de pesquisadores, Mike Wong, cientista da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, comparou as imagens obtidas pelos telescópios com sinais de rádio detectados pela espaçonave Juno, da NASA – que atualmente também estuda o planeta Júpiter.

Os sinais de rádio captados até o momento pela NASA denotam relâmpagos na atmosfera do planeta. Ao combinar os três tipos de imagens com os dados sobre relâmpagos, Wong e sua equipe conseguiram sondar camadas de nuvem e agora buscam entender os processos por trás das enormes tempestades de Júpiter.

As nuvens de tempestade massivas do planeta gasoso podem se estender por até 64 quilômetros da base ao topo – cinco vezes a altura das nuvens de tempestade do nosso planeta. Os relâmpagos de Júpiter também atingem o triplo da energia dos chamados "superbolts", conhecidos como os relâmpagos mais poderosos da Terra.


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