Bactéria Severino: sua obra precisa de um micro-organismo desses

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Os fãs de histórias em quadrinhos provavelmente conhecem bem o mutante Wolverine, o canadense mal-encarado que faz parte dos X-Men. Logan, o nome verdadeiro do herói, tem o poder de se regenerar rapidamente de feridas.

Agora, imaginem se sua casa tivesse esse recurso. Quando aparecesse uma rachadura, ela começasse a se recuperar sozinha, sem a necessidade de chamar o mestre de obras. Bem, talvez isso seja possível.

O concreto Wolverine

Há três anos, um grupo de pesquisadores holandeses, liderados pelo cientista Henk Jonkers, da Delft University of Technology, desenvolveram um concreto biológico que teria esse “fator de cura” igual ao do X-Men (sim, ele continua sendo concreto, e não, não tem adamantium em sua constituição).

Os pesquisadores, então, aplicaram o material em uma construção de verdade — uma cabana de salva-vidas localizada às margens de um lago. Agora, três anos depois da invenção, eles estão bem felizes em afirmar, após várias análises, que a invenção funcionou muito bem.

Não é magia, nem tecnologia... é biologia

Na verdade, o bioconcreto (como é chamada a invenção) é misturado ao concreto comum, porém, com um ingrediente extra: a Bacillus subtilis — uma bactéria que produz calcário e entra em ação quando em contato com a água. É ela que dá esse toque “mágico” para o material.

Contudo, para produzir o calcário, ela precisa se alimentar. Os cientistas adicionaram açúcar à mistura, mas isso fez o concreto ficar mole e fraco. Jonkers teve a ideia de usar lactato de cálcio, colocando-o ao lado das bactérias dentro de cápsulas feitas com plástico biodegradável que eram misturadas no concreto ainda molhado.

Em testes de laboratório, a bactéria já havia sido capaz de consertar rachaduras de 0,5 milímetro de largura. Pode parecer pouco, mas já garante um aumento gigantesco na vida útil do concreto.

Quando as rachaduras começam a se formar, a água entra pelas infiltrações e abre as cápsulas onde se encontram as bactérias. Então, as danadas germinam e se alimentam do lactato que os cientistas misturam no material. Ao fazer isso, elas combinam o cálcio com íons de carbonato para formar o calcário que preenche as rachaduras. Fácil, não?

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