*Este texto foi escrito por uma colunista do TecMundo; saiba mais no final.
Como nasce uma estrela? Esta é uma pergunta que astrônomos e astrônomas no mundo estão cada vez mais próximos de responder.
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Para começar, estrelas nascem de nuvens moleculares. No Universo, em galáxias, existem grandes nuvens frias onde átomos podem se juntar e formar moléculas. Com perturbações engatilhadas perto dessas nuvens, como ondas de choque de supernovas, essas nuvens começam a colapsar. Com o colapso, o material da nuvem começa a ser cada vez mais comprimido e a temperatura começa a aumentar. Quando a densidade e a temperatura são suficientes, BOOM, uma estrela nasce.
Uma estrela, por definição, faz fusão de átomos de Hidrogênio em seu centro e forma átomos de Hélio, liberando energia. Para essa fusão ser possível, são necessárias temperaturas e densidades muito elevadas. A energia liberada da fusão dos átomos contrabalança a própria gravidade da estrela, estabilizando o colapso inicial. Mas, não é todo o material da nuvem molecular parental que forma a estrela. Na verdade, grande parte desse material é deixado para trás, ou em um disco plano ao redor da estrela ou ao seu redor.
Durante o nascimento da estrela e com os campos magnéticos sendo rearranjados, é possível existir jatos superenergéticos bilaterais. Esse jato, ao entrar em contato com o gás e a poeira do meio interestelar ao redor da estrela, produz imagens espetaculares como a mais nova publicada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST).
Conheça o sistema L1527, que tem apenas 100 mil anos e é considerado estar no primeiro estágio no processo de nascimento de uma estrela. Em comparação, nosso sistema solar tem cerca de 4 bilhões de anos. O que vemos aqui é a consequência dos jatos emitidos pelo embrião estelar. Esses jatos encontram um meio denso ao redor da estrela e, consequentemente, começam a escavar a poeira.
As cores que vemos na imagem, laranja e azul, são dados observados no infravermelho pelo James Webb. A diferença das cores é devido a diferentes quantidades de poeira entre a luz e a observação. Em outras palavras, regiões azuis possuem menos poeira, dessa forma a luz consegue passar. Por outro lado, na presença de muita poeira, a luz é absorvida e reemitida em comprimentos de onda mais vermelhos, e nessa imagem os vemos como laranja.
Imagem observada do sistema proto-estelar no infravermelho pelo Telescópio Espacial James Webb.
Também é possível detectar incríveis detalhes nas próprias cavidades. Conseguimos ver diferentes momentos de ejeção e bolhas ao analisarmos a distribuição de poeira nos jatos. Além disso, conseguimos nota uma faixa escura bem no centro da imagem. Essa faixa de poeira é um disco de material orbitando a estrela que possui aproximadamente o tamanho do nosso Sistema Solar. Possivelmente, com o tempo, esse material vai formar planetas, iguais e diferentes aos que vemos no nosso próprio Sistema!
Camila de Sá Freitas, colunista do TecMundo, é bacharel e mestre em astronomia. Atualmente é doutoranda no Observatório Europeu do Sul (Alemanha). Autointulada Legista de Galáxias, investiga cenários evolutivos para galáxias e possíveis alterações na fabricação de estrelas. Está presente nas redes sociais como @astronomacamila.
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