Via Láctea: artigo estuda possíveis exocontinentes 5 bilhões de anos mais velhos que a Terra

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Os continentes mais antigos da nossa galáxia, a Via Láctea, podem ter surgido 5 bilhões de anos antes da Terra. É isso que um novo estudo, realizado por astrônomos da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, sugere. Para chegar a essa conclusão, ao menos 29 estrelas e seus respectivos planetas rochosos, conhecidos como exoplanetas, foram observados e os resultados foram surpreendentes.

Os planetas que orbitam as estrelas HD 76932 e HD 201891, localizadas entre 70 e 110 anos luz do sistema solar, podem ter formado continentes até 5 bilhões de anos antes do nascimento da Terra. Ainda mais próxima, a cerca de 20 anos luz da Terra está a HD 4614 cujos planetas podem ter formado exocontinentes 2 bilhões de anos antes de nós.

Exoplanetas rochosos podem abrigar continentes mais antigos do que a Terra. Exoplanetas rochosos podem abrigar continentes mais antigos do que a Terra. Fonte:  Getty Images 

Como os continentes se formam?

Para compreender melhor este estudo, é preciso entender como as atividades sísmicas influem na formação de continentes, já que o método do estudo usou esse processo como base para chegar às suas conclusões.

Placas tectônicas são grandes blocos rochosos que se deslocam sobre o manto derretido que envolve o núcleo de um planeta. Elas são importantes para a formação, separação e movimento dos continentes, criando as grandes porções de terra que conhecemos.

A pesquisa analisou a formação das placas tectônicas nos exoplanetas, focando em aspectos como a força e a viscosidade dos mantos. Uma metodologia inovadora foi usada para exoplanetas semelhantes à Terra com medições dos níveis de urânio-238 e potássio em estrelas próximas.

Exoplanetas e a vida fora da Terra

Os cientistas buscam nos exoplanetas sinais que identifiquem a possibilidade de vida fora da Terra. Os cientistas buscam nos exoplanetas sinais que identifiquem a possibilidade de vida fora da Terra. Fonte:  Getty Images 

Os cientistas acreditam que, para existir vida em um planeta, são necessárias ao menos três coisas: água, oxigênio e algum tipo de proteção contra a radiação. Isso, é claro, apenas para começar a discussão.

Apesar de não demonstrar todos esses aspectos, a pesquisa liderada por Jane Greaves, da Universidade de Cardiff, e publicada na Research Notes of the American Astronomical Society, pode ser um sinal de que há vida na galáxia. Mais do que isso: caso essa vida realmente exista, ela pode ser mais desenvolvida do que nós.

"As perspectivas parecem muito promissoras para encontrar exoplanetas rochosos com continentes, dado que estrelas próximas semelhantes ao Sol já produziram alguns candidatos a hospedeiros. Investigações mais aprofundadas, particularmente das abundâncias estelares de tório e potássio, poderiam ajudar a descobrir sistemas mais antigos onde a vida poderia ser anterior à da Terra", concluiu em seu trabalho a professora Greaves.

Essas informações podem ser determinantes para novas observações na Via Láctea. Para a década de 2040, a NASA está preparando um observatório para possíveis planetas habitáveis (HWO), e as conclusões de Greaves devem contribuir muito para essa tarefa.

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