Vida extraterrestre pode ser encontrada a 65 anos-luz da Terra, propõe estudo

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Imagem: Getty Images

Em um estudo publicado no servidor de pré-impressão arXiv, o professor de astronomia e astrofísica Piero Madau apresenta um novo modelo matemático que pode auxiliar na busca de vida extraterrestre em até 326 anos-luz de distância do Sistema Solar. Segundo os dados coletados, os resultados sugerem que essa distância pode oferecer quase 11 mil exoplanetas rochosos do tamanho da Terra dentro de zonas habitáveis (HZs).

É importante destacar que o artigo não se trata de uma pesquisa sobre 'como buscar por alienígenas', contudo, os dados sugerem que um planeta semelhante à Terra e que abriga a vida, microbiana ou mais avançada, pode estar a cerca de 65 anos-luz de distância. A pesquisa deve auxiliar em novas pesquisas que devem estabelecer melhores métricas para a caracterização dos corpos celestes semelhantes ao nosso, a fim de buscar por planetas habitáveis.

O estudo foi realizado a partir de dados coletados por diferentes missões espaciais, como do Telescópio Espacial Kepler, que resultou na confirmação de mais de 5 mil exoplanetas. Ainda existem quase 10 mil exoplanetas em processo de confirmação.

Em 1961, o pioneiro do programa Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI), Dr. Frank Drake, criou a equação de Drake para tentar compreender a probabilidade da quantidade de civilizações e planetas habitáveis em nossa galáxia. Porém, Piero afirma que faltam parâmetros importantes para melhorar a equação.

"A Equação de Drake representa um resumo pedagógico útil dos fatores que podem afetar a probabilidade de detectar mundos com vida e, eventualmente, civilizações extraterrestres tecnologicamente avançadas ao nosso redor hoje. No entanto, essa probabilidade e esses fatores dependem, entre outras quantidades, da história da formação de estrelas e enriquecimento químico do disco galáctico local, bem como da linha do tempo do surgimento de formas de vida simples, como micróbios, e eventualmente vida complexa", explica Madau, professor da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (UCSC), nos Estados Unidos.

Vida extraterrestre a 65 anos-luz

Com base nos dados sobre a Terra ter se formado há 4,5 bilhões de anos e a vida há 4 bilhões de anos, o cientista criou um modelo matemático que estima quando os “planetas terrestres temperados” (TTPs) e a vida neles podem ter surgido. Ele explica que os astrônomos poderão estudar quais regiões são boas candidatas para buscar por bioassinaturas de planetas habitáveis e vida extraterrestre.

A ilustração apresenta a equação de Drake; o astrônomo e astrofísico propõe que talvez seja possível encontrar um planeta habitável a 65 anos-luz de distância.A ilustração apresenta a equação de Drake; o astrônomo e astrofísico propõe que talvez seja possível encontrar um planeta habitável a 65 anos-luz de distância.Fonte:  Reprodução/Phys/Universidade de Rochester 

A abordagem considera a população local de estrelas de vida longa, exoplanetas, TTPs, entre outros cálculos matemáticos. A partir dessas informações, Madau aponta que a maioria dos TTPs em um raio de até 326 anos-luz são mais antigos que o Sistema Solar.

É importante deixar claro que não há nenhuma garantia de que esses TTPs possam de fato sustentar a vida, mas o estudo pode ser um bom parâmetro para os cientistas que buscam investigar possíveis locais habitáveis com algum tipo de vida.

"Portanto, se a vida microbiana surgiu tão rapidamente quanto na Terra em mais de 1% dos Planetas Potencialmente Habitáveis (e isso é uma grande suposição), então espera-se que o planeta semelhante à Terra mais próximo, capaz de abrigar vida, esteja a menos de 20 pc de distância [65 anos-luz]. Isso pode ser motivo para algum otimismo cauteloso na busca por indicadores de habitabilidade e bioassinaturas pela próxima geração de instalações e instrumentos terrestres de grande porte. É desnecessário dizer que as bioassinaturas serão extremamente desafiadoras de detectar. E também é possível que a vida seja tão rara que não existam bioassinaturas em um Quiloparsec (kpc) ou mais para nós detectarmos”, descreve Madau.

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