'Terraformação' de alienígenas pode nos ajudar a detectá-los? Estudo investiga possibilidades

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Imagem: Getty Images

A humanidade é responsável por diferentes mudanças na biosfera da Terra, contudo, todas elas foram quase 'sem querer querendo’ — afinal, não buscamos causar a mudança climática no mundo e, mesmo assim, a causamos.

Mas isso deve mudar em algum momento, por exemplo, o bilionário Elon Musk já comentou sobre a vontade de terraformar Marte; ou seja, mudar a biosfera do planeta para transformá-lo em um local habitável aos humanos. A pergunta que fica é: será que os extraterrestres poderiam fazer o mesmo?

O que é a terraformação?

O processo de terraformação inclui diferentes etapas, mas a ideia é transformar um planeta, uma lua ou até uma estação espacial em um local habitável para as formas de vida da Terra. Isso inclui alterar a atmosfera, regular a temperatura, acabar com a possível radiação do local, entre outras etapas — apesar de ser um ótimo plano, ainda é algo quase impossível para a tecnologia atual.

De acordo com um novo estudo publicado na revista científica International Journal of Astrobiology, assim como consideramos fazer a terraformação, outras formas de vida inteligente também podem fazer o mesmo. O ponto do artigo é que a mudança da biosfera pode causar uma bioassinatura ou tecnoassinatura e, caso isso seja uma realidade, seria possível investigar essas assinaturas na busca por extraterrestres.

A pesquisa sugere que durante o amadurecimento tecnológico de uma civilização, a alteração da biosfera é quase inevitável; no caso da humanidade, poderíamos utilizar a geoengenharia para controlar as mudanças climáticas e reduzir as chances de um futuro natural catastrófico. 

O próximo passo seria utilizar a engenharia genética para criar uma inteligência coletiva e, assim, surgiria a biotecnosfera. Neste ponto, é possível que a civilização começasse a se expandir para outras regiões do espaço.

“A exploração espacial pode expandir as biotecnosferas para além dos planetas e criar ecossistemas cósmicos que abrangem planetas e outros objetos cósmicos; biotecnosferas, naves espaciais e os ambientes do espaço quase planetário, interplanetário ou espaço interestelar”, disse a autora do estudo, Irina Romanovskaya, professora de Física e Astronomia no Houston College, nos Estados Unidos.

Terraformação de alienígenas

Todas as transformações de ambientes planetários e da vida microbiana simples causadas por tal inteligência criariam efeitos detectáveis. Ou seja, assinaturas biotecnológicas. Por exemplo, a Terra está passando por diversos efeitos climáticos que surgiram após o início da era industrial, mas uma inteligência avançada poderia utilizar a geoengenharia para manter o ambiente em um estado estável; por isso, encontrar um planeta estável a longo prazo pode indicar a existência de uma vida inteligente capaz de utilizar a tecnologia para 'acabar' com as mudanças climáticas.

A ilustração apresenta algumas das possibilidades da aplicação de geoengenharia na Terra.A ilustração apresenta algumas das possibilidades da aplicação de geoengenharia na Terra.Fonte:  Reprodução/Phys/Universidade de Leeds 

As bioassinaturas de vida complexa e simples a longo prazo e a detecção de planetas flutuantes (FFPs) sem uma estrela, como o Sol, também seriam evidências da presença de extraterrestres.

O artigo visa questionar se conseguiremos detectar tais assinaturas em outros sistemas planetários. Inclusive, em um futuro breve, é possível que a humanidade possa realizar geoengenharia na Terra para acabar com os problemas da mudança climática. A pergunta que fica é: será que uma forma de vida inteligente poderia detectar a nossa presença a partir dessas assinaturas?

"Em biotecnosferas planetárias maduras, a inteligência coletiva poderia compreender a inteligência das tecnologias, a inteligência de formas de vida, incluindo formas de vida modificadas geneticamente e, potencialmente, a inteligência sintética, com todos esses tipos de inteligência atuando em conjunto para monitorar e preservar as biosferas planetárias e sua biodiversidade; para estabilizar os ambientes planetários e restaurá-los após eventos de extinção; para apoiar missões espaciais e a terraformação de objetos cósmicos; para auxiliar em processos médicos, processos industriais, mineração, agricultura e produção de alimentos”, explica Romanovskaya.

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