Ciência

Estudo: depressão e esquizofrenia podem ser detectadas em exames de sangue

O novo estudo correlacionou 50 fatores medidos por exames de sangue de rotina com nove tipos de transtornos mentais

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

22/04/2022, às 07:00

Estudo: depressão e esquizofrenia podem ser detectadas em exames de sangue

Fonte:  Shutterstock 

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Um estudo publicado no início de abril na revista científica Science Advances pode estar revolucionando a área de saúde mental em diversos aspectos. A pesquisa pretende aumentar a compreensão das causas das doenças psiquiátricas, através do exame de biomarcadores. Com isso, vários distúrbios, como depressão, esquizofrenia e anorexia poderiam ser detectados em exames de sangue rotineiros.

Em tese, biomarcador é qualquer sinal, presente em fluidos corporais – como o sangue – que possa ser usado como indicador da presença de algum estado de doença no corpo. No caso das doenças mentais, explica o primeiro autor do estudo, William Reay, ao site The Conversation: “uma solução é analisar as influências genéticas tanto nas doenças mentais quanto nas substâncias medidas no sangue.”

Como foi feito o estudo para ligar doenças psiquiátricas a biomarcadores?

Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte: Shutterstock/Reprodução.

O novo estudo utilizou a genética para correlacionar 50 fatores normalmente medidos em exames de sangue de rotina (como colesterol e contagem de leucócitos) com nove transtornos de saúde mental: transtorno depressivo maior, esquizofrenia, transtorno bipolar, estresse pós-traumático (TEPT), anorexia, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), deficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo e síndrome de Tourette. 

Usando dados de estudos massivos conduzidos por outros cientistas, a pesquisa confirmou a existência da correlação genética, ou seja, efeito de alterações do DNA na ocorrência de uma doença mental. Isso significa, por exemplo, "que algum processo em nosso corpo pode influenciar tanto a depressão quanto os glóbulos brancos [leucócitos]”, diz Reay.

Os autores agora esperam por mais pesquisas e que, em breve, essa tecnologia possa ser disponibilizada à população,

ARTIGO - ScienceAdvances - DOI: 10.1126/sciadv.abj8969.


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Por Jorge Marin

Especialista em Redator

Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.