Quais doenças infecciosas foram erradicadas pelas vacinas?

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Imagem: Retha Ferguson/Pexels

Transformada em assunto do momento, a vacinação é feita no Brasil há mais de 100 anos. Na virada do século XIX para o XX, foram criados o Instituto Soroterápico do Rio de Janeiro, dirigido por Oswaldo Cruz (futura Fiocruz) e o Instituto Serumtherápico, dirigido por Vital Brasil (futuro Instituto Butantan).

A primeira campanha de vacinação em massa, idealizada e conduzida por Oswaldo Cruz, tinha objetivo de controlar a varíola, que dizimava grande parte da população do Rio de Janeiro. Única doença totalmente erradicada pela vacinação, a varíola passou a ser imunizada depois que o médico inglês Edward Jenner descobriu que o vírus vaccinia, das vacas, protegia as ordenhadoras da variedade letal da doença.

Na época, não havia tecnologia para desenvolver um vírus atenuado ou inativado. Assim, o vírus da família Poxviridae, que tem DNA, era inoculado vivo nas pessoas. Dois séculos depois, em 1977, a varíola era considerada erradicada no mundo graças à vacinação. Uma das vacinas atualmente desenvolvidas contra a covid-19 emprega metodologia semelhante à de Jenner, usando um vírus que causa estomatite.

O sarampo

Fonte: Solidcolours/SAÚDE é Vital/ReproduçãoFonte: Solidcolours/SAÚDE é Vital/ReproduçãoFonte:  Solidcolours/SAÚDE é Vital 

Causado por um vírus RNA da família dos paramixovírus, o sarampo causa infecção da mesma forma que o atual Sars-CoV-2, porém de uma forma bem mais eficaz, e a reprodução também é pelas vias aéreas superiores. O índice de contaminação do sarampo é de cerca de 90%.

Considerada erradicada no Brasil em 2016, a doença retornou em 2019, e está longe de ser totalmente eliminada no planeta. Se os governos interromperem a vacinação, ou se as pessoas não tomarem as vacinas, novos surtos poderão surgir e, como a doença é muito contagiosa, pode impactar os recursos hospitalares, elevando os índices de mortalidade infantil.

A poliomielite

Descrita em 1840 pelo ortopedista alemão Jakob Heine, a poliomielite é causada pelo poliovírus (PV), um enterovírus do tipo RNA que ataca os neurónios motores, causando fraqueza muscular e paralisia aguda, principalmente em crianças, o que lhe valeu a denominação de "paralisia infantil".

Em 1988, a pólio causava deficiência motora em mais de mil crianças por dia. Após um programa mundial de vacinação coordenado pela ONU, o número de casos caiu para menos de mil por ano em 2001. Atualmente, a poliomielite está erradicada na maioria dos países ocidentais (no Brasil, desde 1989), e a expectativa é que ela seja a segunda doença viral totalmente erradicada do planeta, depois da varíola.

Fonte: Breno Esaki/Agência SAÚDE/ReproduçãoFonte: Breno Esaki/Agência SAÚDE/ReproduçãoFonte:  Breno Esaki/Agência SAÚDE 

O tétano

Causado por uma neurotoxina secretada pela bactéria Clostridium tetani,  o tétano geralmente é contraído através de ferimentos na pele provocados em locais de proliferação da bactéria, como terras agrícolas, fezes e intestinos de animais de granja e ratos.

Causando espasmos violentos, rigidez e desestabilização do sistema nervoso autônomo, o tétano não possui nenhum tipo de imunidade natural, nem pelas pessoas que contraíram a bactéria e se curaram. Por isso, a única forma de prevenção, além de medidas de higiene, é a vacina, que deve ser renovada a cada dez anos.

Uma forma da doença, o tétano neonatal, que acomete o recém-nascido nos primeiros 28 dias de vida, é transmitido de pessoa a pessoa, e também pela contaminação do coto umbilical pelos esporos da bactéria. O bebê passou a ser imunizado através da vacinação da mãe, o que fez com que a doença fosse declarada oficialmente erradicada no Brasil em 2017.

Fontes

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