Os 6 experimentos científicos mais assustadores da história

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A imagem de cientistas malucos sempre foi explorada pela literatura e pela indústria cinematográfica. Alguns desses personagens são apenas excêntricos e, mesmo com todas as suas manias e atitudes incomuns, acabam surpreendendo a todos de uma maneira positiva. É o caso do jovem Dexter, por exemplo, para o qual já dedicamos um infográfico.

Mas outros costumam ter um lado sombrio, capaz de criar verdadeiras atrocidades. Os profissionais da lista abaixo, talvez não apresentem má índole, mas os métodos que usaram para provar suas teorias e realizar suas conquistas parecem ter saído das mais fantasiosas páginas da ficção. Sendo assim, conheça os seis experimentos científicos mais assustadores da história.

1. Executado pela justiça e pela ciência

John W. Deering e a prisão onde foi executado a tiros

John W. Deering foi morto em 1938, durante um experimento científico. Mas calma: não aconteceu uma explosão por acidente. O caso é que Deering já havia sido condenado à morte por ter assassinado um homem durante um assalto e, sendo assim, concordou com a ideia de que médicos monitorassem seus batimentos cardíacos enquanto ele seria executado a tiros.

Sendo assim, em 30 de outubro de 1938, o condenado fez a sua última refeição e, na manhã seguinte (31), seguiu para cumprir a sua pena. Depois de ter os sensores de eletrocardiograma posicionados em seu pulso, Deering foi alvejado pelos tiros de cinco atiradores pagos pelo município de Salt Lake City. O exame registrou um espasmo de 4 segundos no coração do preso. Um tempo depois, o coração teve outro espasmo. E o ritmo foi diminuindo gradualmente, até parar completamente em 15,6 segundos depois de a vítima ter sido baleada.

De acordo com os médicos que conduziram o experimento, os resultados poderiam ser úteis para especialistas em doenças do coração, já que mostrava claramente o efeito do medo sobre o ser humano. Apenas por curiosidade, os batimentos cardíacos de Deering foram de 72 bpm para 180 bpm quando ele foi amarrado à cadeira de execução. Apesar da calma aparente do condenado, a média de batidas por minuto continuou alta até o fim do experimento.

2. A safadeza dos perus

Perus se sentem mais atraídos por uma cabeça sem corpo do que o contrário (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)

Martin Schein e Edgar Hale, ambos da Universidade da Pensilvânia, ficaram intrigados com uma questão muito pertinente e que não podia ficar sem resposta: qual seria o mínimo estímulo necessário para excitar um peru a ponto de ele tentar copular? E antes que você pense besteira, é bom esclarecer: estamos mesmo falando da ave, aquela que faz “gluglu” e termina, inevitavelmente, servida como prato na ceia de fim de ano.

Tão surpreendente quanto a dúvida dos cientistas foi o resultado por eles encontrado. Usando o modelo realista de uma perua, os pesquisadores foram removendo partes de seu corpo aos poucos. Mesmo sem asas, pés e cauda, o modelo continuou sendo atraente para a ave, que tentou copular mesmo assim.

Não contentes, Schein e Hale foram além: colocaram apenas a cabeça da perua em um palito de madeira e, mesmo assim, o peru demonstrou um grande interesse por aquilo. Na verdade, o estudo concluiu que a ave prefere a cabeça no palito a um corpo sem cabeça. Agora, tente não pensar nisso no próximo Natal.

3. O terrível cão de duas cabeças

Vladimir Demikhov enxertou uma segunda cabeça em um pastor alemão (Fonte da imagem: Life)

Em 1954, Vladimir Demikhov chocou o mundo ao apresentar o resultado de seu experimento: um cachorro com duas cabeças, criado cirurgicamente. Mas a monstruosidade não para por aí. O cientista não implantou apenas a cabeça, mas toda a região dianteira de um filhote no pescoço de um pastor alemão já adulto. Os jornalistas quase não conseguiam acreditar no que estavam vendo, principalmente quando os duas cabeças começaram a beber leite simultaneamente.

A União Soviética bradava o feito de Demikhov como prova da superioridade de seus médicos e, durante 15 anos, o russo criou 20 cães de duas cabeças, sendo que nenhum viveu durante muito tempo. O recorde de vida foi de um mês, já que havia uma rejeição muito grande do tecido enxertado.

Mas Demikhov não realizava esses procedimentos por sadismo. O médico foi o pioneiro nos estudos de transplantes de órgãos vitais e desejava, um dia, realizar o transplante de coração e pulmão em seres humanos. Mas quem acabou transplantando o primeiro coração humano, em 1967, foi o sul-africano Christian Barnard, que chegou a visitar o laboratório do soviético duas vezes e considerava Demikhov como um professor.

4. Transplante de cabeça de macaco

O americano Robert White transplantou a cabeça de um macaco para outro corpo (Fonte da imagem: Vice)

Como era de se esperar, o feito de Vladimir Demikhov acabou irritando outra superpotência da época, os Estados Unidos. Por isso, na tentativa de mostrar que os seus cirurgiões eram melhores, o governo americano financiou Robert White em uma série de cirurgias experimentais que resultaram no primeiro transplante de cabeça de macaco do mundo, em 14 de março de 1970.

White e seus assistente levaram horas para realizar a cirurgia, que exigia até mesmo alguns movimentos coreografados para que pudesse ser realizada com sucesso. E eles conseguiram: removeram a cabeça de um macaco e a implantaram em um novo corpo. Quando o macaco acordou no novo corpo, ele começou a seguir o cirurgião com os olhos e a demonstrar raiva, deixando claro que não gostou do que tinha acontecido. Infelizmente, a cobaia sobreviveu por apenas um dia e meio, vindo a falecer por razões de complicações cirúrgicas.

Diferentemente do que aconteceu com Demikhov, Robert White não foi tratado como um herói pelo povo americano. A opinião pública, amedrontada pelo  experimento, condenou veemente o feito de White. Mas isso não impediu o doutor de continuar com seus estudos, chegando a sugerir a realização do mesmo experimento com cabeças de seres humanos que, pelo bem ou pelo mal, nunca chegou a acontecer. O cirurgião faleceu em setembro de 2010.

5. Eletrificação de corpos humanos

As experiências de Aldini podem ter servido de inspiração para o romance Frankenstein (Fonte da imagem: D. Reality)

Em 1780, o professor de anatomia Luigi Galvani descobriu que um pouco de eletricidade fazia com que os membros de um sapo morto se contorcessem. Depois disso, outros cientistas europeus decidiram replicar o experimento. Não demorou muito até que resolvessem partir para algo um pouco mais assustador: aplicar choques em cadáveres de seres humanos.

Foi quando Giovani Aldini, neto do professor Galvani, saiu em turnê pela Europa apresentando um dos espetáculos mais esquisitos a que o mundo já assistiu. O ápice de suas apresentações aconteceu em 1803, quando ele aplicou os polos de uma bateria de 120 volts ao corpo de um assassino que havia sido executado.

Quando Aldini encostou os fios elétricos na boca e em uma das orelhas do cadáver, os músculos da mandíbula do morto se estremeceram e era como se o ex-assassino estivesse enfrentando uma grande dor. O olho esquerdo chegou a se abrir, como se estivesse encarando o seu torturador. Para terminar com chave de ouro, Aldini posicionou os fios na orelha e no reto do homem morto, fazendo com que o cadáver todo se sacudisse, como se estivesse voltando à vida.

Acredita-se que foi uma dessas experiências que influenciou Mary Shelley a escrever “Frankenstein”, romance de 1816 que se tornou um dos livros mais famosos do mundo.

6. Experimentando vômito em nome da ciência

Durante o início do século XIX, o Dr. Stubbins Ffirth resolveu ir um pouco longe demais para provar a sua teoria. Ao notar que a febre amarela era muito comum no verão e desaparecia no inverno, Ffirth concluiu que a doença não era contagiosa e que, em vez disso, ela era causada por uma série de fatores estimulantes.

Para provar que estava certo, o médico da Pensilvânia precisava se expor o máximo possível à febre amarela e mostrar que não havia sido infectado. Por isso, Ffirth fez pequenos cortes em seu braço e derramou, sobre eles, o vômito com sangue dos enfermos. Resultado: ele não ficou doente.

Posteriormente, Ffirth também pingou gotas do característico vômito da doença em seus próprios olhos, além de ter inalado o vapor gerado ao ferver um pouco da mesma substância. Como se não bastasse, o cientista kamikaze também bebeu copos de vômito e, mesmo assim, não contraiu a doença.

Como continuou saudável, o médico concluiu que a doença não era contagiosa e, infelizmente, Ffirth estava errado. A febre amarela é sim contagiosa, mas precisa ser transmitida diretamente na corrente sanguínea da vítima para infectá-la, o que normalmente acontece pela ação de mosquitos. Mesmo assim, levando em consideração tudo o que médico americano fez para se infectar, foi um verdadeiro milagre ele ter sobrevivido.

E você? Iria tão longe assim para provar que estava certo?

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