Quase 60% dos brasileiros que vão comprar carro querem um elétrico

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Imagem: Justin Sullivan/Getty Images

Cerca de 58% dos brasileiros que pretendem comprar um carro querem modelos elétricos ou híbridos. O perfil desse público é composto, em sua maioria (57%), de mulheres de maior renda e escolaridade que estão no mercado de trabalho.

A conclusão é da Pesquisa Quantitativa de Intenção de Compra de Carros Elétricos/Híbridos, da Tupinambá Energia, startup que administra pontos de abastecimento de carros elétricos, e foi divulgada em setembro. O levantamento coletou dados de pessoas que declararam ter vontade de trocar de veículo nos próximos 3 anos.

O estudo, que contou com 1.680 entrevistas em cidades de todas as regiões do país, aponta que a Região Centro-Oeste, com 66%, é onde há a maior intenção de compra de elétricos ou híbridos. Se forem levados em consideração somente os carros elétricos, a maior intenção de compra está na Região Sul (48%).

Carro elétrico

“Sabemos que hoje essas são as regiões, junto do Sudeste, que tem a melhor infraestrutura de recarga para veículos elétricos, o que indica a importância do desenvolvimento de uma rede robusta de recarga para a expansão do mercado”, explicou Gustavo Gontijo, diretor de marketing (CMO) da Tupinambá Energia, ao TecMundo.

Ele ressaltou, porém, que em termos absolutos, o Sudeste representa 71% das intenções de compras. Se formos considerar os estados, São Paulo é onde está a melhor infraestrutura para a recarga de veículos elétricos do Brasil.

Outro lado da equação está a Região Norte, que tem os menores índices de intenção de compra de veículos híbridos ou elétricos (apenas 32% de interesse) e somente elétricos (24%). Gontijo afirma que os fatores que explicam o interesse mais alto de Sudeste, Sul e Centro-Oeste também explicam o desinteresse do Norte.

Carros elétricos

“Esse é um comportamento já visto com outras tecnologias, como a fibra óptica, que também se desenvolveu tardiamente no Norte do país. De qualquer forma, acreditamos que, no futuro, será a região que mais vai se beneficiar com a mobilidade elétrica e uso de energia limpa, justamente pela abundância de sol, água e todos os tipos de recursos naturais”, acrescentou Gontijo.

O interesse por elétricos

Os motoristas que vão comprar um carro nos próximos anos e dão preferência a elétricos ou híbridos elencam as seguintes razões pela opção:

  • custos de recarga menores na comparação com modelos movidos a combustão (72%);
  • sustentabilidade (44%);
  • praticidade (27%);
  • tecnologia (12%);
  • custo-benefício (9%);
  • conforto (9%).

Em compensação, quem diz que não tem intenção de comprar os carros movidos a eletricidade elenca como principal impeditivo o preço alto (50%).

Para se ter uma ideia, o iCar, da Caoa Chery, é um dos modelos mais baratos do país, custando cerca de R$ 140 mil (valor próximo aos cobrados por híbridos). Lançado em julho, no Brasil, o carro é importado da China e tem autonomia de 282 km, bateria de 4 módulos, 27 células e capacidade de armazenar 30,4 kWh.

“Nem todos os brasileiros topam o alto custo para fazer uma mudança que ainda gera dúvidas. Uma segunda barreira de entrada [para o mercado de elétricos] é a falta de informação”, lembrou Gontijo.

Assunto de ricos?

O executivo da startup que desenvolveu a pesquisa nega, porém, que o tema "carros elétricos" seja exclusivo para pessoas mais endinheiradas, argumentando que o próprio levantamento demonstra aceitação da classe C por esses produtos. A pesquisa mostra que, entre os entrevistados da classe C1, a intenção de compras é de 29%, enquanto na classe B2 chega a 36%.

Contrariando o que se poderia imaginar, as classes mais abastadas, A e B1, têm menor interesse do que as outras, com 20% e 15%, respectivamente, de acordo com a pesquisa.

Carro elétrico

“Quando olhamos o custo de propriedade, que considera o uso, vemos que escolher um carro elétrico compensa no curto e médio prazos, já que os custos de recarga e manutenção são bem inferiores quando comparados aos carros a combustão, ou seja, carros elétricos ainda não são populares, mas o tema está longe de ser elitista”, concluiu Gontijo.

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