Carros elétricos: o sonho de consumo mundial

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O ano de 2022 tem sido muito promissor para o setor da mobilidade elétrica, no Brasil e no mundo. Recentemente, o mercado nacional atingiu a marca histórica dos 100 mil veículos eletrificados (VE’s) vendidos e, agora, no último mês de agosto, foram registrados um total de 4.246 emplacamentos no Brasil.

Desse total, 946 foram de unidades de modelos elétricos (veículo com motor 100% elétrico) e 3,3 mil de modelos híbridos (veículo alimentado por dois tipos de motores: combustão e eletricidade).

Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e foi comprovado  que agosto se tornou o melhor mês do ano e o segundo melhor da história em vendas, atrás apenas de dezembro de 2021, quando foram vendidos 4.545 veículos, sendo 721 elétricos e 3.833 híbridos.

Ao analisar o acúmulo de vendas de eletrificados, entre janeiro e agosto de 2022, chegamos ao número de 27,8 mil unidades comercializadas, uma alta de 30% no comparativo com o mesmo período de 2021. Se voltarmos a 2020, no mesmo intervalo de tempo, as vendas somaram cerca de 11,2 mil.

O restante do planeta também comemora as boas notícias. No primeiro semestre deste ano, registrou-se um aumento de 63% nas vendas de veículos 100% elétricos e de híbridos plug-in, se comparado com o ano anterior. Incríveis 4,2 milhões de unidades foram entregues aos consumidores, entre eles: carros, caminhões, veículos comerciais leves, e ônibus. Esse resultado ratifica que a eletrificação da frota não passa somente pelos carros, mas por diversos modelos de meios de transporte de pessoas e cargas.

Carro elétricoNo Brasil a falta de incentivos fiscais eficientes, ainda são um obstáculo para o crescimento da frota de carros elétricos.Fonte: Gettyimages

No cenário mundial, a China se destaca e mostra que a eletrificação por lá está em ritmo acelerado. No primeiro semestre, foram comercializados um total de impressionantes 2,4 milhões de VE’s, entre elétricos e híbridos, uma alta de 121% no comparativo com 2021.

Apesar de ainda não figurarem na casa dos milhões, os Estados Unidos venderam no mesmo período 580 mil unidades, uma alta de 59%. A Europa apresentou crescimento de apenas 5%, segundo a consultoria SNE Research, a guerra na Ucrânia pode ter impactado diretamente os resultados.

Para acompanhar a crescente procura pelos eletrificados, as montadoras estão trabalhando fortemente em suas fábricas, desenvolvendo modelos cada vez mais eficientes.

Nos primeiros seis meses deste ano, a chinesa BYD liderou as vendas com um total de 647 mil veículos fabricados. Um crescimento de 323% na comercialização da marca sobre o mesmo período do ano anterior.

Na segunda posição das vendas globais, a Tesla atingiu a marca dos 575 mil veículos entregues, seguido da também chinesa SAIC, com exatos 370 mil modelos montados. Por sua vez, a Volkswagen atingiu a marca dos 316 mil eletrificados fabricados.

Apesar de não termos uma estratégia definida no Brasil, com políticas públicas e incentivos claros, o país vem apresentando uma tendência de crescimento no setor. Isso se deve, em especial, pelas iniciativas de diversas montadoras que já oferecem diversos modelos eletrificados em seu portfólio de produtos. Segundo a consultoria Carcon Automotive, em 2021, esses modelos representavam 1.69% do mercado de automóveis, a projeção para 2022 é fechar com 2.16%.

A indústria automotiva já investe na produção de modelos eletrificados mais eficientes. No caso de motores 100% elétricos, as inovações vão além, com baterias de maior capacidade, recargas mais rápidas e diferentes configurações de veículos.

O que todos esses números comprovam? Em resumo, podemos dizer que o Brasil segue bravamente acompanhando a tendência global da eletrificação, assim como a China, os Estados Unidos e a Europa. Porém, diferentemente dos países e do continente mencionados, não temos incentivos fiscais eficientes e que possam impulsionar ainda mais o setor. Os governantes brasileiros precisam oferecer incentivos para a indústria e uma política pública voltada para o consumidor final.

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