Plataforma cripto Wintermute é hackeada e perde US$ 160 milhões
Empresa garante que os fundos dos clientes estão seguros

20/09/2022, às 12:00
A Wintermute, empresa formadora do mercado de criptomoedas, confirmou ter sofrido um ataque cibernético que resultou no roubo de US$ 160 milhões em ativos digitais, o equivalente a R$ 826 milhões pela cotação do dia. O fundador da companhia, Evgeny Gaevoy, revelou o hack em seu perfil no Twitter, nesta terça-feira (20).
Ele, que também é CEO da plataforma, disse que a quantia tomada era relacionada às operações de finanças descentralizadas (DeFi) do negócio. Por outro lado, os serviços de finanças centralizadas (CeFi) e as ofertas de balcão (OTC) não foram afetadas.
Na sequência de tweets, Gaevoy afirmou que os invasores roubaram 90 tipos de criptoativos diferentes, com duas quantias de tokens avaliadas entre US$ 1 milhão e US$ 2,5 milhões e as demais abaixo de US$ 1 milhão. Apesar dos desfalques, a empresa continua “solvente” e com o dobro do valor roubado em caixa, segundo o executivo.
We’ve been hacked for about $160M in our defi operations. Cefi and OTC operations are not affected
— wishful cynic (@EvgenyGaevoy) September 20, 2022
“Se você possui um acordo de formação de mercado com Wintermute, seus fundos estão seguros. Haverá uma interrupção em nossos serviços hoje e potencialmente nos próximos dias, mas voltaremos ao normal depois”, completou o CEO, tranquilizando os clientes.
Autores desconhecidos
Até o momento, não há informações sobre os responsáveis pelo ataque cibernético à Wintermute. Porém, a plataforma de criptomoedas informou que está disposta a tratar a ação maliciosa como uma espécie de “hack do bem”, quando especialistas em segurança cibernética realizam uma campanha em busca de vulnerabilidades em sistemas.
Neste caso, a companhia deixaria o autor da campanha ficar com uma parte do dinheiro roubado, a título de recompensa pela descoberta da suposta falha, desde que devolva a quantia restante.
O segmento DeFi tem sido alvo constante de ataques virtuais. Somente em 2022, pelo menos duas ações chamaram a atenção, como a direcionada à Ronin Network, com US$ 625 milhões roubados, e o hack da Nomad, que terminou com cerca de US$ 200 milhões em ativos perdidos.

Especialista em Redator
Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.