Cientistas estão desvendando os segredos estelares da Via Láctea

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O avanço da tecnologia tem proporcionado diversas descobertas e investigações que antes só podiam ser sonhadas em utopias estelares. Graças a projetos como o Gaia, Agência Espacial Europeia, TESS, NASA, entre tantos outros projetos de exploração da Via Láctea, e além, novas informações e dados nos sugerem que o universo nos reserva diversas surpresas.

Um exemplo disso, é o teste de paternidade estelar. Quem diria que, atualmente, estrelas órfãs poderiam ter sua origem rastreada?  Há também dados que sugerem que estrelas mais antigas poderiam ser um bom marcador para vida em suas redondezas. Saiba mais sobre as recentes descobertas sobre os segredos estelares da Via Láctea e os confins fora dela.

O estudo sugere que eventos gravitacionais intensos podem gerar a expulsão das estrelas de sua galáxia formadora.O estudo sugere que eventos gravitacionais intensos podem gerar a expulsão das estrelas de sua galáxia formadora.Fonte:  Getty Images 

O teste de DNA das estrelas

Você já ouviu falar em estrelas órfãs? Essa classe de astros luminosos não estão ligadas às galáxias ou aglomerados de estrelas.  Eles residem em espaços vazios e ainda pouco se sabe sobre como se formam ou como foram parar nessas regiões isoladas.

No entanto, um estudo apresentado na 243ª Reunião da Sociedade Astronômica Americana, pela Universidade de Lehigh, sugere que essas estrelas foram expulsas de seus enxames, e mais, que sua origem pode ser rastreada! Utilizando dados da Missão Gaia, Agência Espacial Europeia, os pesquisadores identificaram e mapearam estrelas órfãs do tipo B visíveis fora da Via Láctea.

Para os pesquisadores, eventos gravitacionais de alta intensidade poderiam ser capazes de ejetar estrelas jovens para fora de seus berços de formação. Um exemplo seria uma supernova de estrela binária. Mas seria possível descobrir de onde essas estrelas vêm? Cruzando os dados de 95 estrelas do tipo B e 1400 aglomerados abertos, eles conseguiram rastrear a origem de 15 delas.

A equipe utilizou vários métodos para averiguar a origem das estrelas órfãs.A equipe utilizou vários métodos para averiguar a origem das estrelas órfãs.Fonte:  Getty Images 

Para isso, entre outros métodos, utilizaram testes de rastreio cinemático, Diagrama de Hertzsprung-Russell para estudar a magnitude e brilho das estrelas e compararam os dados das errantes com os astros pertencentes aos aglomerados.

Conforme a equipe, os resultados foram bastante satisfatórios e abrem uma janela para vislumbrar o estudo das estrelas, seus eventos formadores e principalmente a expulsão desses astros para a periferia "vazia" das galáxias.

A calmaria da idade estelar

Se no início as estrelas podem ser hiper reativas, explodindo e expulsando tudo a sua volta, com a idade, elas parecem ser mais propensas a ter uma vizinhança favorável à vida. O primeiro exoplaneta identificado, 51 Pegasi b, foi recentemente revisitado em estudo, publicado na revista Astrophysical Journal Letters.

Estrelas sofrem desaceleração devido a um fenômeno conhecido como freio magnético.Estrelas sofrem desaceleração devido a um fenômeno conhecido como freio magnético.Fonte:  NASA/GSFC/Observatório de Dinâmica Solar 

Analisando, dados da Missão TESS e do LBT (Large Binocular Telescope), a equipe avaliou o comportamento do campo magnético da estrela 51 pegasi, que dá nome ao exoplaneta. É sabido que existe uma interação direta entre o campo magnético das estrelas e seu movimento de rotação, o que ao longo dos seus milênios vai causando uma desaceleração do astro.

Conhecido como freio magnético, esse efeito pode ser a chave para a vida nas redondezas de estrelas mais velhas. Segundo os dados, o freio serviria como uma ferramenta amenizadora ao longo dos milênios, tornando a estrela menos reativa, o que culminaria em menores ejeções de ventos solares e tempestades.

Com isso, a vizinhança se tornaria mais amigável a condições que comportassem vida, com menores índices de radiação e "clima" mais ameno. Graças a essa hipótese, a equipe quer vislumbrar outros exoplanetas e suas estrelas, a fim de conseguir mais dados e compreender melhor como essa relação ocorre e quais possibilidades ela abre para a continuidade na busca por planetas exteriores que possibilitem a vida fora da Terra.

Com o desenvolvimento crescente da tecnologia, ainda que a pequenos passos, vamos descobrindo novos fenômenos, interações, planetas e possibilidades pelo universo.

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