Anel de Einstein é observado a bilhões de anos-luz da Terra; veja

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Imagem: NASA/ Hubble

Recentemente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) coletou dados e produziu uma nova fotografia de um dos 'anéis de Einstein' mais distantes já registrados pelos cientistas. Em um novo artigo publicado no servidor de pré-impressão arXiv, uma equipe de pesquisadores afirma que o círculo de luz distorcida, nomeado de JWST-ER1, foi encontrado há bilhões de anos-luz de distância da Terra.

Realizado por uma equipe de cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), o estudo também foi aceito na revista científica Nature Astronomy. Os cientistas utilizaram o COSMOS-Web para encontrar o fenômeno; trata-se de um mapa que apresenta informações de mais de 500 mil galáxias coletadas durante aproximadamente 200 horas de observações do JWST.

O Anel de Einstein foi observado pelo Telescópio James Webb.O Anel de Einstein foi observado pelo Telescópio James Webb.Fonte:  NASA/James Webb Space Telescope/van Dokkum 

O que é um Anel de Einstein?

Calma, não estamos falando de um anel de casamento inspirado em Albert Einstein. O Anel de Einstein acontece quando um objeto massivo, como um buraco negro ou uma galáxia, curva o espaço-tempo ao seu redor — como uma lente gravitacional.

A curvatura no espaço-tempo causa a aparência circular do anel apresentado na imagem. As observações podem ser importantes para auxiliar na compreensão de diferentes mistérios cósmicos, por exemplo, como estudar a distribuição de massa e gravidade nas regiões mais distantes do universo.

“O objeto, apelidado de JWST-ER1, consiste em uma galáxia compacta de tipo inicial (JWST-ER1g) e um anel de Einstein completo (JWST-ER1r) com duas concentrações vermelhas conspícuas. A galáxia [que causa a] lente gravitacional provavelmente tem um centro vermelho e um disco azul, com partes do disco produzindo o anel”, é descrito pelos pesquisadores na introdução do estudo.

Anel de Einstein

Os cientistas explicam que o Anel de Einstein (JWST-ER1) é formado por duas partes distintas: a primeira é JWST-ER1g, a galáxia responsável por criar a distorção gravitacional responsável por causar a aparência circular; já JWST-ER1r é a luz de uma galáxia ainda mais distante. A junção das duas forma a incrível aparência nomeada em homenagem ao físico Albert Einstein.

Além do novo Anel de Einstein (imagem), em setembro de 2022, foi descoberto outro exemplo do fenômeno a cerca de 12 bilhões de anos-luz da Terra, na galáxia JO418.Além do novo Anel de Einstein (imagem), em setembro de 2022, foi descoberto outro exemplo do fenômeno a cerca de 12 bilhões de anos-luz da Terra, na galáxia JO418.Fonte:  NASA/P. van Dokkum/Nature Astronomy 

Enquanto JWST-ER1g está localizado a 17 bilhões de anos-luz da Terra, JWST-ER1r está a 21 bilhões de distância. Apesar de a idade do universo seja datada em cerca de 13,7 bilhões de anos, a contínua expansão do próprio universo indica que a luz dos objetos mais antigos precisa percorrer distâncias ainda maiores.

A partir do Anel de Einstein, os cientistas conseguiram calcular a massa da galáxia responsável pela lente gravitacional, equivalente a 650 bilhões de vezes a massa do Sol. Eles explicam que parte da massa extra pode ser causada pela matéria escura.

“Consideramos a possibilidade de que o sistema não seja uma lente gravitacional, mas sim uma galáxia em forma de anel, como o objeto de Hoag. Anéis de formação estelar podem ser criados em colisões de frente, e há uma pequena galáxia a sudoeste do anel que poderia ser o perturbador”, o estudo descreve.

A imagem apresenta diferentes anéis de Einstein coletados pelo Telescópio Espacial Hubble.A imagem apresenta diferentes anéis de Einstein coletados pelo Telescópio Espacial Hubble.Fonte:  NASA 

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