Estudo associa uso regular de internet a menor risco de demência

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Idosos que usam a internet regularmente têm menor risco de demência, aponta estudo da New York University publicado em maio de 2023. Foram 18 mil adultos acompanhados por uma média de 79 anos, sugerindo que o engajamento online moderado pode ajudar a manter as funções cognitivas.

“O uso da internet é parte de um conjunto de práticas conhecidas como estimulação cognitiva, que incluem aprender uma nova língua, musicalização, ler e realizar reabilitação neurocognitiva com profissionais especializados”, explica Felipe Barros, médico neurologista do Hospital Sírio Libanês.

O uso de internet pode ser uma forma de estimulação cognitiva, que ajuda a proteger o cérebro contra efeitos do envelhecimento e patologias.O uso de internet pode ser uma forma de estimulação cognitiva, que ajuda a proteger o cérebro contra efeitos do envelhecimento e patologias.Fonte:  Getty Images 

Estas atividades impactariam a capacidade do cérebro de adaptar-se a alterações fisiológicas, como as decorrentes do envelhecimento ou de patologias, ajudando a proteger o cérebro.

Porém, é importante ressaltar que o estudo indica uma associação entre os dois fatores, mas não causalidade. “Não há certeza que usar internet reduza demência. Talvez os idosos com uma maior capacidade cognitiva para começo de conversa, que por si só já protege contra demência, sejam justamente os que usam mais internet.”

Por outro lado, usar a internet por tempo demais pode ter efeitos adversos. Os autores indicam a necessidade de mais estudos para verificar e compreender tal tendência em adultos mais velhos, mas a hipótese é que isto ocorra porque, neste cenário, há menos oportunidades para interação social e com o mundo fora das telas.

O uso excessivo da internet pode reduzir as interações sociais e com o mundo real, com efeitos adversos para a saúde cognitiva.O uso excessivo da internet pode reduzir as interações sociais e com o mundo real, com efeitos adversos para a saúde cognitiva.Fonte:  Getty Images 

O que é a demência?

Felipe Barros, médico neurologista do Hospital Sírio Libanês, explica que a demência não é uma doença específica, mas sim um conjunto de doenças em que há prejuízo do desempenho cognitivo e comportamento, afetando a autonomia —capacidade do indivíduo de cuidar de si mesmo.

A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, representando a sétima causa de mortalidade do mundo. Barros lista sinais de alarme que podem justificar a busca por um médico:

  • Esquecer fatos recentes;
  • Ficar mais repetitivo;
  • Se perder em locais comuns;
  • Não lembrar de palavras de uso comum;
  • Esquecer nomes de pessoas próximas.

O médico aponta ainda que doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, diabetes mellitus e colesterol elevado), sono insuficiente ou ineficaz e transtornos depressivos são fatores importantes relacionados à demência.

A prevenção também não se resume à estimulação cognitiva. Estudos recentes reforçam a importância de hábitos cotidianos, como manter uma dieta saudável, praticar exercício físico regularmente, ter contato social ativo e evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas.

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