Vírus podem servir de alimento para microrganismos, mostra estudo

1 min de leitura
Imagem de: Vírus podem servir de alimento para microrganismos, mostra estudo
Imagem: Getty Images

Após três anos de covid-19, ninguém duvida do papel dos vírus como patógenos e da sua morbidade. Colocados, dessa forma, como principais predadores em suas cadeias alimentares, esses microrganismos podem, no entanto, eles próprios servirem de alimento a pequenos protistas (como protozoários e algas) que não apenas comem vírus, como se desenvolvem com essa dieta.

A constatação, feita em um novo estudo publicado no final de dezembro (27) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), parte do princípio de que os vírus estão presentes em praticamente todos os lugares e que sua constituição é "apetitosa": ácidos nucléicos, muito nitrogênio e fósforo.

Tudo deve querer comê-los. Tantas coisas comem qualquer matéria que podem pegar. Certamente algo teria aprendido a comer essas matérias-primas realmente boas”, afirma o primeiro autor do estudo, John DeLong, da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos EUA.

Como os pesquisadores descobriram o micróbio que come vírus?

Clorovírus atacando uma alga em imagem de microscópio. (Fonte: Kit Lee/Angie Fox/Universidade do Nebraska-Lincoln/Reprodução.)Clorovírus atacando uma alga em imagem de microscópio. (Fonte: Kit Lee/Angie Fox/Universidade do Nebraska-Lincoln/Reprodução.)Fonte:  Kit Lee/Angie Fox/Universidade do Nebraska-Lincoln 

Para testar sua hipótese de que os vírus são uma fonte não só de infecção, mas também de nutrição, DeLong e sua equipe coletaram amostras de água de um lago, isolando todo o tipo de microrganismos que encontraram. Em seguida adicionaram grandes quantidades de clorovírus, um conhecido habitante de águas doces que infecta algas verdes.

Rastreando o tamanho da população das colônias para conferir se algum dos micróbios estava comendo vírus, os pesquisadores chegaram até um ciliado chamado Halteria. Nas amostras de água em uma dieta exclusiva de vírus, o plâncton de água doce cresceu quase 15 vezes em apenas dois dias.

Para ter certeza de que o Halteria estava comendo os agentes infecciosos, a equipe marcou parte do DNA dos clorovírus com um corante verde fluorescente. Logo, os vacúolos (equivalentes a estômagos) dos ciliados ficaram verdes-brilhantes. 

ARTIGO - Proceedings of the National Academy of Sciences - DOI: 10.1073/pnas.2215000120.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.