Voos espaciais podem causar mutações de DNA, sugere estudo

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Astronautas e outros viajantes espaciais têm um risco maior de desenvolver mutações de DNA em células-tronco formadoras de sangue, que podem ocasionar casos de câncer e doenças cardíacas. A conclusão faz parte de um estudo inédito que armazenou sangue de astronautas por 20 anos para avaliar o impacto de voos curtos do ônibus espacial na saúde.

Publicada em agosto na revista Nature Communications Biology, a pesquisa acompanhou a coorte espacial composta por astronautas da NASA que voaram entre os anos de 1998 e 2001, nos chamados “ônibus espaciais” em missões com duração média de 12 dias.

Embora excepcionalmente altas, as mutações estavam abaixo do limite de preocupação, asseguram os cientistas da Faculdade de Medicina Icahn do Hospital Monte Sinai, nos EUA. Contudo, os autores recomendam a realização de exames de sangue contínuos pelos astronautas – durante suas carreiras e mesmo após a aposentadoria – para monitorar sua saúde.

Características das Mutações da Hematopoiese Clonal. (Fonte: Mount Sinai Health System/Nature Communications Biology/Divulgação.)Características das Mutações da Hematopoiese Clonal. (Fonte: Mount Sinai Health System/Nature Communications Biology/Divulgação.)Fonte:  Mount Sinai Health System/Nature Communications Biology 

Qual a utilidade da pesquisa para futuras missões espaciais?

Embora o estudo tenha se limitado a exames de sangue de astronautas do ônibus espacial, a sua extensão atende a uma crescente necessidade "de entender, neutralizar e mitigar os riscos à saúde associados aos voos espaciais", dizem os autores. Isso inclui não só as missões de espaço profundo Gateway e Artemis, da NASA, mas também o crescimento de voos espaciais comerciais.

As mutações somáticas estudadas são as que ocorrem depois que um ser humano é concebido, e em células que não sejam espermatozoides ou óvulos, ou seja, não são transmitidas aos descentes. Resultado de danos causados ao DNA, essas alterações aparecem como super-representação de células sanguíneas derivadas de um clone único, processo conhecido como hematopoiese clonal.

A avaliação da presença desses pequenos clones no sangue de uma população específica de astronautas relativamente jovens reuniu o conhecimento necessário para potenciais aplicações no monitoramento da saúde de viajantes espaciais. Dessa forma, poderão ser avaliados os riscos intrínsecos de missões espaciais, tanto conforme sua duração, quanto pelo curso de voo, isto é, acima ou abaixo do campo magnético da Terra.

ARTIGO Nature Communications Biology - DOI: 10.1038/s42003-022-03777-z.

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