Cientistas criam nanopartículas que podem tratar endometriose
As nanopartículas podem ser usadas para facilitar a visualização em exames de imagens e para 'queimar' as lesões da endometriose

11/07/2022, às 15:00
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Fonte: Oregon State University
Imagem de Cientistas criam nanopartículas que podem tratar endometriose no tecmundo
De acordo com um estudo publicado na revista científica Small, cientistas desenvolveram um novo tipo de nanotecnologia que é capaz de reduzir lesões associadas à endometriose, doença inflamatória comum causada pelo tecido que reveste o útero. Os pesquisadores criaram nanopartículas magnéticas que podem eliminar as lesões através de calor.
Segundo a líder do estudo e pesquisadora da faculdade de farmácia do Oregon State University, Oleh Taratula, as nanopartículas de óxido de ferro foram desenvolvidas para se acumularem nas lesões e facilitarem a visualização da endometriose em exames de imagem.
Contudo, o estudo também aponta que as nanopartículas podem ser usadas em um procedimento não invasivo que remove as lesões por meio do calor. Ao serem expostas a um campo magnético alternado, as nanopartículas sobem para uma temperatura de mais de 120 graus e "queimam" as lesões.
Ilustração das nanopartículas no útero; até o momento, o estudo foi realizado apenas em ratos
Nanopartículas para endometriose
“A endometriose é uma doença sistêmica debilitante, e a necessidade de um método eficiente e não cirúrgico de remover as lesões é urgente. Inventamos nanopartículas direcionadas com recursos extraordinários de aquecimento que permitem o uso de hipertermia magnética para a eliminação segura e eficiente de lesões de endometriose”, disse Taratula em uma publicação oficial da Oregon State University.
Segundo Olena Taratula, colaboradora do estudo e pesquisadora da Oregon State University, a técnica de hipertermia magnética nunca foi considerada uma alternativa por conta da baixa eficiência de aquecimento de outras nanopartículas — algumas até podem aquecer, contudo, precisam ser injetadas diretamente no tecido doente.
As nanopartículas desenvolvidas no estudo têm formato hexagonal com o aquecimento seis vezes mais eficiente que as nanopartículas esféricas convencionais.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% das mulheres em idade fértil devem sofrer com endometriose — infelizmente, ainda não existe nenhuma cura para a doença. Os dados sugerem que cerca de 190 milhões de mulheres sofram com o distúrbio ao redor do mundo.
ARTIGO Small: doi.org/10.1002/smll.202107808

Especialista em Redator
Lucas Guimarães escreve sobre ciência e tecnologia há mais de dez anos.