Veja o que são doenças autoimunes e que cuidados você deve ter

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Caracterizadas por uma disfunção no sistema imunológico, em que os anticorpos começam a combater células saudáveis do próprio organismo, as doenças autoimunes ainda são pouco conhecidas e rodeadas de muitas incertezas.

Nos últimos anos, algumas doenças autoimunes tiveram mais visibilidade após artistas e pessoas famosas falarem abertamente sobre suas condições, como é o exemplo da cantora Selena Gomez, que enfrenta o lúpus; o youtuber Felipe Neto, que descobriu ter Doença de Crohn; e a cantora Sia, que sofre da Doença de Graves.

Entenda mais sobre as doenças, suas causas e tratamentos, a seguir;

O que é uma doença autoimune?

 Artrite reumatoide é a inflamação das articulações (Fonte: Shutterstock/Reprodução) Artrite reumatoide é a inflamação das articulações. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte:  Shutterstock 

Para compreender como funciona uma doença autoimune é preciso conhecer o nosso sistema imunológico: ele é o responsável por reconhecer substâncias estranhas ou perigosas e combatê-las, como bactérias, vírus, parasitas e até mesmo órgãos e tecidos transplantados.

Essas substâncias são reconhecidas através dos antígenos, moléculas que estimulam uma resposta do sistema imune, e estão presentes também nas próprias células do organismo. Quando o sistema identifica os próprios tecidos como elementos estranhos, ele produz anticorpos anômalos (autoanticorpos) ou células que vigiam e atacam células e tecidos específicos.

A reação é denominada autoimune e resulta em inflamações ou danos teciduais. Conforme o órgão ou tecido atacado pelo sistema, será possível determinar qual doença será desenvolvida, como Doença de Crohn que lida com o trato gastrointestinal, a Diabetes, na qual a reação causa danos no pâncreas. Existem também as doenças como Lúpus, em que as células saudáveis, em geral, são atacadas, causando inflamações que atingem rins, olhos, articulações e pele.

Possíveis causas

Não se sabe ao certo a causa de uma reação autoimune e por que elas atingem determinadas pessoas e outras não. Entende-se que certos genes dão maior propensão para desenvolver uma doença e é mais comum em mulheres, mas ainda existem outros fatores ambientais desconhecidos que podem ter interferências maiores.

Por exemplo, uma célula saudável do organismo pode sofrer uma alteração provocada por um vírus, um remédio, luz solar ou radiação, e a estrutura modificada acionar uma reação do sistema. Ainda é possível que uma substância semelhante a outra natural do organismo penetre e, dessa maneira, desencadeie um ataque à substância semelhante, entre outras possibilidades.

Quais são as doenças autoimunes?

A Doença de Graves é a inflamação na tireoide (Fonte: Shutterstock/Reprodução)A Doença de Graves é a inflamação na tireoide. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte:  Shutterstock 

Algumas das doenças mais comuns são:

  • Artrite reumatoide — inflamação nas articulações.
  • Lúpus eritematoso sistêmico — ataca as células saudáveis.
  • Tireoidite de Hashimoto — inflamação na tireoide (produção insuficiente de hormônios).
  • Diabetes mellitus tipo 1 — atinge o pâncreas e a produção de insulina.
  • Doença de Graves — disfunção da tireoide (produção excessiva de hormônios).
  • Doença de Crohn — ataca o trato gastrointestinal.
  • Síndrome de Sjögren — atinge as glândulas lacrimais e salivares.
  • Esclerose Múltipla — afeta o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal.
  • Vitiligo — destruição das células produtoras de melanina.

Aids e doenças autoimunes

Diferente do que muitas pessoas acreditam, a Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids) não é uma doença autoimune. A infecção pelo vírus HIV causa uma destruição do sistema imunológico, desencadeando reações autoimunes que podem expor o soropositivo a ter diversos sistemas e tecidos danificados pelo próprio sistema imune.

Doença de Crohn é uma inflamação no trato gastrointestinal que, em casos graves, pode levar ao uso da bolsa de colostomia (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Doença de Crohn é uma inflamação no trato gastrointestinal que, em casos graves, pode levar ao uso da bolsa de colostomia. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte:  Shutterstock 

Diagnóstico e tratamento

Sinais comuns

Os sintomas precoces de uma doença autoimune não são específicos e podem atrasar um diagnóstico. Alguns dos mais comuns são: manchas vermelhas que pioram com a exposição solar, tremores, perda de equilíbrio, dores nas articulações, fraqueza e inflamações.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado mediante a observação dos sinais e sintomas apresentados, variando conforme a doença, e uma avaliação médica detalhada com o auxílio de exames físicos, laboratoriais e de imagem.

Através de alguns exames laboratoriais, é possível identificar inflamações em curso, como é o caso do exame de velocidade de hemossedimentação (VHS) e o de Proteína C Reativa (PCR). No entanto, alterações nesses exames nem sempre significam a presença de doenças autoimunes.

O tratamento da Diabetes mellitus tipo 1 requer a aplicação contínua de insulina (Fonte: Shutterstock/Reprodução)O tratamento da Diabetes mellitus tipo 1 requer a aplicação contínua de insulina. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte:  Shutterstock 

Exame FAN

O exame de fator antinuclear (FAN) pode auxiliar no diagnóstico de doenças autoimunes por detectar a presença de autoanticorpos. O resultado positivo é comum em pessoas com lúpus, artrite reumatoide e tireoidite de Hashimoto.

Somente a presença ou ausência de anticorpos, porém, são insuficientes para fechar um diagnóstico. O médico avaliará todos os fatores do histórico do paciente, além de exames de imagem como ressonância magnética, tomografia e ultrassonografia.

Tratamento

Os tratamentos são específicos para cada uma, como, por exemplo, a aplicação diária de insulina em pessoas com diabetes mellitus tipo 1. Alguns tratamentos, porém, são mais intensos somente nos períodos de crise.

Tem cura?

As doenças autoimunes são crônicas e não têm cura, no entanto, é possível que essas pessoas tenham uma vida tranquila através de tratamentos que mantém os sintomas controlados e evitam sequelas.

Além do tratamento, é preciso manter acompanhamento médico com consultas regulares, o uso das medicações prescritas e uma rotina saudável — com alimentação balanceada e prática de atividades físicas.

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