Estudo descobre que “radiação misteriosa” chega à Terra de fora da Galáxia

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Imagem: metro

Se você não é um físico ou astrônomo, talvez nunca tenha ouvido falar dos raios cósmicos de energia ultra alta. As partículas microscópicas desse tipo de radiação carregam tanta energia que elas podem ser medidas com unidades macroscópicas. Ou seja, sua energia supera a escala da própria partícula. Para termos de comparação, essas partículas carregam muito mais energia do que aquelas liberadas por reatores nucleares ou por qualquer elemento naturalmente radioativo que você pode encontrar no nosso planeta.

Até agora, a ciência não tinha ideia de onde vinham os raios cósmicos de energia ultra alta

Mas o que temos de notícia a respeito desses raios cósmicos estranhos é referente a um estudo realizado por um grupo de pesquisadores do Observatório Pierre Auger, localizado ao pé da Cordilheira dos Andes, na Argentina. Essa instalação é a maior do mundo destinada ao estudo de raios cósmicos, e Karl-Heinz Kampert, um dos integrantes do observatório, explicou que, até agora, a ciência não tinha ideia de onde vinham os raios cósmicos de energia ultra alta. Depois de uma observação realizada entre 2004 e 2016, que identificou mais de 30 mil partículas desse tipo, o Pierre Auger conseguiu identificar uma direção genérica que pode apontar para a origem dessas partículas.

Ainda não se sabe exatamente de onde elas vêm, mas a direção identificada pela observação aponta para fora da nossa galáxia. Isso é um tanto surpreendente porque muitos pesquisadores acreditavam que esses raios misteriosos eram originados no centro da Via Láctea, onde há mais atividade radioativa nas “proximidades”.

observatório radiação cósmicaObservatório Pierre Auger. A água dentro desses reservatórios brilha ligeiramente quando uma partícula radioativa entra em contato com o líquido. Sensores identificam as partículas e sua direção aproximada.

Os pesquisadores afirmam que este é o primeiro estudo mais conclusivo a respeito do tema, uma vez que as chances de esses resultados serem aleatórios, ou uma coincidência, são muito baixos. O fato de ainda não sabemos com mais precisão de onde vêm esses raios é devido à existência campos eletromagnéticos espalhados pelo universo — como o que circunda a Terra —, que podem desviar partículas radioativas de forma praticamente imprevisível considerando nosso entendimento atual do cosmos.

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