Qual é o papel do Edge Computing na tecnologia?

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Equipe TecMundo

Experimentamos ao longo dos últimos anos grandes evoluções tecnológicas, principalmente no que tange ao volume de dados e a forma como lidamos com eles.

No início da tecnologia da informação, os computadores eram grandes e caros, sendo utilizados principalmente por empresas e instituições governamentais. Conhecidos como mainframes, eram capazes de processar um volume enorme de dados, mas eram centralizados e não ofereciam nenhuma flexibilidade.

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Com o surgimento dos computadores pessoais, na década de 1980, a arquitetura cliente-servidor se tornou popular. Essa abordagem consistia em dividir as funções de computação entre um cliente e um servidor, permitindo que os usuários acessassem e compartilhassem dados de maneira fácil. Embora tenha sido um avanço significativo em relação aos mainframes, a arquitetura cliente-servidor ainda apresentava limitações em termos de latência e escalabilidade.

Como funciona o Edge ComputingA evolução tecnológica tornou possível utilizar o Edge Computing

A computação em nuvem ganhou força na década de 2000, proporcionando um grande salto tecnológico no processamento de dados. A nuvem permitiu que os usuários armazenassem e processassem dados em servidores remotos, gerando escalabilidade e flexibilidade. Com a nuvem, as empresas podiam acessar recursos de computação sob demanda, sem precisar investir em hardware e software caros.

No entanto, a computação em nuvem ainda apresenta algumas limitações em termos de latência e segurança. Além disso, a explosão de dispositivos conectados à Internet (IoT) trouxe novos desafios em relação à largura de banda e à sobrecarga da rede.  Afinal:

  • Como milhares de assinantes de um serviço de streaming, como a Netflix, por exemplo, conseguem acessar seus filmes de maneira simultânea no exato momento em que apertam o play
  • Como é possível que carros inteligentes andem de maneira autônoma, lidando com todos os dados de diversos sensores simultaneamente? 
  • Como é possível, em uma indústria, uma câmera inteligente realizar a análise de qualidade de frutas e tomar a decisão, em tempo real, se a fruta deve ou não ser descartada? 

A resposta é o Edge Computing, abordagem que envolve processar dados próximos ao local onde eles são gerados, em vez de enviá-los para um data center centralizado. A solução ajuda a reduzir a latência e o tempo de resposta, o que é particularmente importante em casos que exigem um processamento em tempo real. 

O Edge Computing é possível graças a dispositivos chamados de "edge devices" ou dispositivos de borda. Esses dispositivos podem ser qualquer coisa, desde roteadores e switches até sensores e câmeras capazes de executar tarefas de computação e armazenamento de dados localmente. 

Vale falar que os dispositivos de borda têm várias vantagens em relação aos data centers centralizadosm, acredite!

Primeiro, eles podem processar dados mais rapidamente, uma vez que não precisam enviar e receber dados pela Internet.Em segundo lugar, eles podem reduzir a sobrecarga da rede, já que muitos dos dados são processados localmente. E, finalmente, podem fornecer maior segurança e privacidade, uma vez que os dados não precisam ser transferidos para um data center centralizado.

Como funciona o Edge ComputingA Netflix é uma das empresas que utiliza os serviços de Edge Computing para processamento de dados.

No exemplo da Netflix, a empresa torna seu serviço possível por intermédio da alocação de "Servidores de Conteúdo" (Edge Device) diretamente dos datacenters dos provedores de conexão. Quando você aperta o play em um determinado conteúdo da plataforma, uma consulta é realizada na nuvem que retorna com a localização mais próxima do conteúdo ao qual você deseja ter acesso.

A CDN (Content Delivery Network), parte inteligente de distribuição de conteúdo, cuida de estabelecer a conexão direta entre a sua TV e o “Servidor de Conteúdo” mais próximo, fazendo com que você tenha uma experiência de alta qualidade sem travamentos ou delays

Embora o Edge Computing ainda precise vencer alguns desafios, ele continua a crescer em popularidade.  À medida que mais dispositivos forem sendo conectados à Internet e empresas procurarem formas de processar dados de maneira mais eficiente, e em tempo real, certamente terá papel fundamental no avanço da transformação digital das empresas. 

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*Júlio Martins é diretor de Inovação da Roost, empresa de tecnologia especializada em soluções de Edge Computing. Formado em Engenharia da Computação pela PUC do Paraná e especialista em gerenciamento de Projetos pela FGV. 

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