Telescópio James Webb pode revelar o mistério da formação de Netuno

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Imagem: Getty Images

Em um novo estudo realizado pela Universidade da Flórida Central (UCF), nos EUA, uma equipe de cientistas conseguiu com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb (JWST) conhecer um pouco mais sobre Netuno e outros mistérios na região. 

O artigo foi publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics e faz parte do programa Descobrindo as Composições de Superfície de Objetos Transnetunianos (DiSCo-TNOs), da UCF. Os pesquisadores utilizaram o JWST para observar a região do Cinturão de Kuiper, logo após a borda de Netuno.

A partir dos dados coletados nessas regiões, a equipe conseguiu estudar a composição da superfície de dois pequenos objetos transnetunianos (TNOs); um par de asteroides gelados nomeados de Mors e Somnus.  Foram encontradas moléculas orgânicas, compostas de hidroxila, além de dióxido e monóxido de carbono — eles estão estudando se há também nitrogênio presente na região.

Conforme os cientistas explicam, ao compreender um pouco mais sobre o par binário de TNOs, o estudo também revela um pouco mais sobre o mistério da formação de Netuno. Só o fato dos dois corpos celestes orbitarem reciprocamente e possuírem muitas semelhanças é uma evidência de que os objetos transnetunianos são consideravelmente primitivos.

“Estamos estudando como a química e a física reais dos TNOs refletem a distribuição de moléculas baseadas em carbono, oxigênio, nitrogênio e hidrogênio na nuvem que deu origem aos planetas, suas luas e os pequenos corpos. Essas moléculas também foram a origem da vida e da água na Terra”, disse a principal autora do artigo, a brasileira Dra. Carolina de Souza Feliciano, associada da Universidade da Flórida Central, nos EUA.

Objetos transnetunianos

Os dados coletados pelo telescópio James Webb também sugerem que esses objetos transnetunianos são muito semelhantes aos seus vizinhos do mesmo tipo e podem servir de referência para mostrar que Netuno não causou nenhuma perturbação neles — eles se formaram a mais de 4 bilhões de quilômetros do Sol. Justamente por isso, os pesquisadores acreditam que eles e outros TNOs próximos podem auxiliar no rastreio da migração de Netuno antes dele estabelecer sua órbita final.

A imagem apresenta uma ilustração da aparência do par de asteroides Mors e Somnus, que passaram por uma análise da composição de suas superfícies.A imagem apresenta uma ilustração da aparência do par de asteroides Mors e Somnus, que passaram por uma análise da composição de suas superfícies.Fonte:  Angela Ramirez / UCF 

A professora de ciências planetárias na UCF, Noemí Pinilla-Alonso, afirma que estudar a composição de corpos celestes como os objetos transnetunianos citados pode oferecer informações valiosas sobre a origem de todas as coisas.

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A química e física dos desses objetos transnetunianos podem refletir a distribuição de moléculas baseadas em carbono, oxigênio, nitrogênio e hidrogênio; ou seja, moléculas que originaram a vida.

“À medida que começamos a analisar os espectros de Mors e Somnus, mais dados foram chegando e a conexão entre os grupos dinâmicos e o comportamento composicional foi natural. Antes do JWST, não havia nenhum outro instrumento capaz de obter informações desses objetos nessa faixa de comprimento de onda. Sinto-me feliz por poder participar da era inaugurada pelo JWST”, explica Souza Feliciano em um comunicado oficial.

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