Asteroide e galáxias: conheça os objetos em forma de coração no universo

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Imagem: Getty Images

O universo está em constante expansão e, por isso, é inimaginável o número de objetos cósmicos que estão vagando nos confins do espaço, seja um asteroide, uma estrela, ou um planeta. Aparentemente o espaço é infinito, então, podem existir estruturas espaciais estranhas que nunca foram observadas por telescópios modernos. Felizmente, algumas delas nós conhecemos e são mais peculiares do que os cientistas imaginavam.

Um clássico exemplo é o aglomerado de estrelas que lembra a aparência de uma árvore de Nataldetectada a partir de instrumentos do Telescópio Espacial Hubble e Observatório de Raio-X Chandra. O Aglomerado da Árvore de Natal foi formado por estrelas com idade entre um e cinco milhões de anos, localizado a cerca de 2,5 mil anos-luz de distância da Terra.

Ainda bem que nem todos os objetos se parecem com enfeites natalinos; alguns até têm semelhanças com o formato fictício de um coração, que se popularizou na cultura em todo o mundo.

Conhecida como IC 1805, a Nebulosa do Coração é uma estrutura cósmica localizada próximo da constelação de Cassiopeia, a aproximadamente 7,5 mil anos-luz de distância da Terra.Conhecida como IC 1805, a Nebulosa do Coração é uma estrutura cósmica localizada próximo da constelação de Cassiopeia, a aproximadamente 7,5 mil anos-luz de distância da Terra.Fonte:  William Ostling / Telescope Live / NASA 

Por isso, reunimos uma lista com alguns objetos espaciais em forma de coração que mais fizeram sucesso entre os entusiastas da astronomia, desde galáxias em colisão até um asteroide que parece um verdadeiro emoji.

Asteroide Itokawa

Em outubro de 2005, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão coletou dados e capturou a imagem do asteroide Itokawa; o que mais impressionou os cientistas foi o formato quase perfeito da rocha que, sem querer, imita um coração. Além disso, este foi o primeiro asteroide que os astrônomos conseguiram coletar amostras físicas e trazê-las de volta para análise na Terra, por meio da sonda japonese Hayabusa.

Conforme a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), o asteroide não possui uma estrutura totalmente sólida. Na verdade, sua estrutura é como um aglomerado de rochas únicas unidas pela forma gravitacional que exercem uma sobre a outra.

Apesar de parecer um objeto sólido, o asteroide em formato de coração é formado por pequenas pedras; a maior delas tem aproximadamente 50 metros de diâmetro.Apesar de parecer um objeto sólido, o asteroide em formato de coração é formado por pequenas pedras; a maior delas tem aproximadamente 50 metros de diâmetro.Fonte:  JAXA / NASA 

Provavelmente, as pequenas pedras se formaram em um objeto rochoso com tamanho superior a 20 quilômetros e temperaturas que alcançaram aproximadamente 800 graus Celsius.

“Um dos cenários que a equipe citou como provável para explicar isso é que depois que o corpo-mãe de Itokawa foi quebrado, a leve gravidade mútua dos fragmentos os uniu em duas ou mais pilhas de entulho, e duas dessas pilhas eventualmente colidiram suavemente umas com as outras e se grudaram”, a NASA explica.

Plutão

Em 2015, durante um sobrevôo da sonda New Horizons, da NASA, os astrônomos conseguiram capturar uma imagem impressionante que apresenta os padrões de circulação atmosférica de Plutão — em 2006, o planeta foi reclassificado como planeta anão. Ao observar a imagem com mais paciência, é possível ver o formato de coração na superfície do corpo celeste, próximo de uma região chamada Sputinik Planitia.

A famosa forma de coração em Plutão é chamada de Tombaugh Regio, um fenômeno causado pela circulação atmosférica do planeta.A famosa forma de coração em Plutão é chamada de Tombaugh Regio, um fenômeno causado pela circulação atmosférica do planeta.Fonte:  NASA / Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory / Southwest Research Institute 

O formato de coração foi causado por um tipo de fenômeno natural que ocorre em Plutão; a região apresenta uma planície de gelo de nitrogênio que vaporiza durante o dia, mas condensa e se transforma em gelo durante a noite. Todo esse processo causa ventos de nitrogênio na atmosfera que carregam partículas de neblina, grãos de gelo e temperaturas mais altas.

“Isto destaca o fato, de que a atmosfera e os ventos de Plutão — mesmo que a densidade da atmosfera seja muito baixa — podem impactar a superfície. Antes da New Horizons, todos pensavam que Plutão seria um 'netball' — completamente plano, quase sem diversidade. Mas é completamente diferente. Tem muitas paisagens diferentes e estamos tentando entender o que está acontecendo lá”, disse o astrofísico e cientista planetário do Centro de Pesquisa Ames da NASA, Tanguy Bertrand, em um estudo sobre o tema.

Galáxias NGC 4038 e NGC 4039

Em 2024, a NASA escolheu uma forma de coração criada pela 'união' de duas galáxias para a Imagem do Dia da Astronomia da NASA — o evento acontece anualmente no dia 7 de fevereiro. Conhecidas como NGC 4038 e NGC 4039, ambas as galáxias foram formadas em regiões diferentes e eram completamente solitárias, mas acabaram fisicamente atraídas uma pela outra por conta das suas forças gravitacionais.

Antes de se fundirem em um formato de coração, a NGC 4038 era uma galáxia espiral barrada; já a NGC 4039 era uma galáxia espiral comum.Antes de se fundirem em um formato de coração, a NGC 4038 era uma galáxia espiral barrada; já a NGC 4039 era uma galáxia espiral comum.Fonte:  Kent E. Biggs / NASA / ESA / Hubble 

Conforme os cientistas explicam, as duas galáxias começaram a se atrair gravitacionalmente há cerca de um bilhão de anos. Inclusive, o nome desse par de objetos celestes é, Galáxias Antenas, justamente por que elas possuem 'caudas' semelhantes a antenas.

“À medida que as duas galáxias interagem, as suas estrelas raramente colidem, mas novas estrelas são formadas quando os seus gases interestelares colidem. Algumas novas estrelas já se formaram, por exemplo, nas longas antenas que se estendem pelas laterais da dupla dançante. Quando a fusão das galáxias estiver completa, provavelmente daqui a um bilhão de anos, milhares de milhões de novas estrelas poderão ter-se formado”, descreve a NASA.

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