Ciclone, furacão, tornado, tufão, qual é a diferença? A ciência responde!

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Recentemente, Santa Catarina emitiu um alerta de riscos de acidentes por conta das chuvas fortes no estado e da passagem de um ciclone na região. Inclusive, especialistas afirmam que a região Sul do Brasil é responsável por sete de cada dez alertas de ciclones registrados no país nos últimos dez anos; ao todo, foram 71 registrados do total de 92 que aconteceram durante o período.

Segundo dados analisados pelo G1, Santa Catarina registrou 64 alertas entre 2013 e agosto de 2023; na explicação do meteorologista do Climatempo, Fábio Luengo, o Sul é mais atingido por ciclones extratropicais por conta de estar localizado em uma área de encontro de massas de ar, mas ele diz que não é tão comum a intensidade e frequência desses eventos naturais. 

Infelizmente, em setembro, o Rio Grande do Sul passou pela maior tragédia do estado relacionada a um ciclone extratropical, quando foram registradas mais de 40 mortes envolvendo o fenômeno.

Os eventos climáticos podem ser culpa de três fatores principais, são eles: as mudanças climáticas causadas pela humanidade; o aquecimento do Oceano Atlântico; e os resultados do El Niño. Mas é importante destacar que os eventos chuvosos e ciclones são diferentes dos furacões, tornados e tufões que acontecem em outras regiões do planeta.

Para explicar um pouco mais sobre as diferenças entre ciclone, furacão, tornado, tufão, o TecMundo reuniu informações de cientistas e especialistas na área. Confira!

O que são os ciclones?

Os ciclones extratropicais são mais comuns no Brasil e acontecem em áreas fechadas de baixa pressão atmosférica, em movimentos no sentido horário do Hemisfério Sul, com concentrações de umidade e ar quente que formam nuvens carregadas.

Apesar de ser considerado um evento de destruição em diversas regiões do mundo, os ciclones são comuns e atuam como reguladores das temperaturas entre os polos Sul e Norte. Os ciclones são divididos em três categorias: tropicais, extratropicais e subtropicais.

Extratropicais

Os ciclones extratropicais são caracterizados por sua baixa pressão e são os mais comuns no Brasil, pois costumam surgir em regiões de média e alta latitude do planeta. Eles surgem por conta da diferença de temperaturas de ar frio e ar quente que se movimentam em sentidos opostos, que acabam se chocando e gerando o fenômeno natural. 

A região Sul costuma registrar a maioria dos ciclones extratropicas no Brasil.A região Sul costuma registrar a maioria dos ciclones extratropicas no Brasil.Fonte:  Getty Images 

O evento extratropical é caracterizado por ventos que podem variar de fracos a intensos e chuvas, comumente resultando em enchentes, fortes tempestades, deslizamentos, queda de temperaturas e outras características.

"Eles promovem convergência de umidade nos níveis baixos e estão associados a movimentos verticais ascendentes do ar, ambos fatores contribuindo para a formação e o desenvolvimento de nuvens", disse o meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas da Unicamp, Bruno Bainy, em mensagem enviada ao G1.

Tropicais

Os ciclones tropicais incluem furacões e tufões, a depender da região em que eles ocorrem. Eles são considerados mais intensos e devastadores que os ciclones extratropicais e são formados em um centro de baixa pressão e ar quente que se estende até as camadas mais superiores da atmosfera — eles nunca estão associados a frentes frias. Comumente, se desenvolvem entre as latitudes de 20° ao sul e 20° ao norte da Terra.

Os ciclones tropicais também são caracterizados por ventos de alta velocidade que podem ultrapassar 300 km/h e tempestades intensas com chuvas torrenciais. Eles são nomeados de furacão ou tufão a depender da sua intensidade e localização geográfica: o tufão ocorre no Pacífico Oeste, já o furacão é uma ocorrência no Oceano Atlântico ou no Pacífico Leste.

Historicamente, o Brasil não é uma região de formação de furacões.Historicamente, o Brasil não é uma região de formação de furacões.Fonte:  Getty Images 

É importante destacar que os fenômenos tropicais são formados por conta dos distúrbios atmosféricos sobre massas de água quente, por isso, as regiões costeiras são as mais afetadas. Além de estragos causados pelos ventos intensos, os ciclones tropicais podem causar inundações, enchentes e outras ações devastadoras para os seres humanos.

Subtropicais

Os ciclones subtropicais podem ser descritos como uma mistura dos eventos tropicais e extratropicais, pois possuem um sistema de baixa pressão e tem um núcleo de massa quente e fria — quanto mais perto da superfície, mais elevadas são as temperaturas.

Normalmente, eles se formam em latitudes médias e altas, em águas mais frias. Apesar de causarem impactos significativos com fortes chuvas e ondas do mar, eles não são caracterizados por ventos tão intensos quanto dos furacões e tufões.

Há ainda os anticiclones, que apresentam uma pressão atmosférica mais elevada com ar que se aquece e seca, contudo, diferentemente dos ciclones, eles estão mais ligados a um clima mais calmo, ventos mais leves e condições atmosféricas mais estáveis. Porém, ambos são responsáveis por papéis importantes na atmosfera e clima da Terra.

Furacão, tornado e tufão?

Para muitos meteorologistas e cientistas da área, o termo ciclone é considerado genérico, pois eles abrangem tufões e furacões — não é à toa que são chamados de ciclones ou tempestades tropicais.

A classificação de cada um vai depender do local de origem e da intensidade; por exemplo, os ciclones tropicais com velocidades acima de 119 km/h podem ser considerados furacões. Enquanto isso, os eventos tropicais que acontecem na região oeste do Pacífico são chamados de tufão.

Os tornados são eventos de curta duração, em média entre 10 a 15 minutos, mas podem chegar a até 3 horas em casos mais intensos. Esses fenômenos são caracterizados por uma coluna de ar giratória com ventos que podem chegar a velocidades superiores a 400km/h. Eles ocorrem quando um redemoinho de vento formado por uma nuvem toca na Terra, normalmente, em algumas áreas específicas, como nos Estados Unidos.

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