Astrônomos lançam atlas cósmico com 380 mil galáxias próximas

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Imagem: CTIO/NOIRLab/DOE/NSF/AURA/J. Moustaca

Uma equipe de astrônomos ligados ao projeto Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI) Legacy Survey liberou recentemente o Atlas das Galáxias Siena (SGA), uma coleção de imagens e dados contendo distância, localização e perfil químico de 380 mil galáxias vizinhas, espalhadas por metade do céu noturno.

Na estrutura cósmica em larga escala do universo, a criação de um mapa galáctico composto por dados de diferentes pesquisas é um passo importante para conhecermos a vizinhança da Via Láctea com uma riqueza maior de detalhes.

Os dados que compõem o SGA vieram de três pesquisas abrangentes realizadas entre 2014 e 2017 são elas:

  • A Dark Energy Camera (DECam) do Telescópio Víctor M. Blanco de 4 metros no Observatório Interamericano Cerro Tololo (CTIO) no Chile;
  • S câmera Mosaic3 no Telescópio Nicholas U. Mayall de 4 metros no Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona;
  • E o Beijing-Arizona Sky Survey (BASS) com a câmera 90Prime no Telescópio Bok de 2,3 metros, que é operado pelo Observatório Steward, parte do Observatório Nacional de Kitt Peak.

Além disso, foram adicionados dados de uma pesquisa realizada pelo satélite Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA.

Como foram escolhidas as galáxias para o atlas cósmico?

As grandes galáxias mais próximas da nossa Via Láctea foram escolhidas para compor a coletânea "porque podemos estudá-las com mais detalhes do que qualquer outra galáxia no Universo; elas são nossas vizinhas cósmicas”, explica o líder do projeto SGA, John Moustakas, professor de física no Siena College, cujo nome batiza o novo atlas.

Um belo mosaico cósmico com 42 galáxias. Um belo mosaico cósmico com 42 galáxias. Fonte: CTIO/NOIRLab/DOE/NSF/AURA/J. Moustaca

Para ele, os critérios não seguiram apenas a incrível beleza das imagens, mas também por conter a chave para a compreensão da forma como as galáxias se formam e evoluem, incluindo naturalmente as informações da nossa Via Láctea.

Para isso, as pesquisas capturaram imagens em comprimento de onda ópticos e infravermelhos em uma área total de 20 mil graus quadrados, explica o site do NOIRLab da NSF (National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory), centro de astronomia óptica noturna, cujos telescópios compilaram os dados do SGA.

Quem pode usar o novo atlas cósmico?

Sonho antigo dos astrônomos, esse novo mapa do céu noturno entrega, tanto a especialistas como ao público em geral, uma imagem abrangente do cosmos, além de fornecer suporte detalhado para futuras pesquisas. Por ser constituído de pesquisas abrangentes, o uso do SGA permite a inclusão de novas descobertas e a escolha das galáxias candidatas e uma observação mais focadas.

Colisão de duas galáxias ocorrida há mais de 300 milhões de anos (NGC 520).Colisão de duas galáxias ocorrida há mais de 300 milhões de anos (NGC 520).Fonte:  CTIO/NOIRLab/DOE/NSF/AURA/J. Moustaca

De acordo com o diretor do Programa NSF do NOIRLab, Chris Davis, “a divulgação pública destes dados espetaculares contidos no atlas terá um impacto real não só na investigação astronómica, mas também na capacidade do público de ver e identificar galáxias relativamente próximas”. Nesse sentido, poderá agradar em cheio aos astrônomos amadores dedicados, destaca Davis.

O Atlas das Galáxias Siena 2020 pode ser acessado diretamente em seu site.

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