Formas de vidas artificiais podem ajudar no futuro da medicina, diz estudo

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De acordo com um estudo publicado nas revistas científicas Cell Reports Physical Science e Nature Communications, uma equipe internacional de cientistas criou uma molécula artificial híbrida que pode servir para desenvolver formas de vidas completamente artificiais.

Atualmente, todas as formas de vida que existem foram criadas pelo processo da natureza, mas os pesquisadores acreditam que os estudos na área desempenharão um papel importante no futuro da medicina.

Conforme os cientistas explicam, o estudo de formas de vida artificial é um campo relativamente novo. A área específica que eles estudaram é chamada de 'nanoestruturas híbridas de peptídeo-DNA'; os especialistas estudam o tema há pouco menos de 10 anos.

A ideia não é criar vidas como em um filme de ficção científica. Na realidade, os cientistas acreditam que poderiam criar formas de vida artificiais que possam ser utilizadas para testes de tratamentos e diagnósticos de doenças. Por exemplo, durante a época da pandemia, os pesquisadores poderiam ter desenvolvido uma forma de vida artificial para melhorar os testes de vacinas virais contra a covid-19.

“Na natureza, a maioria dos organismos tem inimigos naturais, mas alguns não. Por exemplo, alguns vírus causadores de doenças não têm inimigo natural. Seria um passo lógico criar uma forma de vida artificial que pudesse se tornar um inimigo para eles. Uma vacina viral artificial pode demorar cerca de 10 anos. Uma célula artificial, por outro lado, está no horizonte porque consiste em muitos elementos que precisam ser controlados antes de podermos começar a construir com eles. Não há, em princípio, nenhum obstáculo para a produção de organismos celulares artificiais no futuro”, disse um dos autores do estudo e professor associado do Departamento de Física, Química e Farmácia da Universidade do Sul da Dinamarca, Chenguang Lou.

Vidas artificiais e o futuro da medicina

Assim como poderiam ser utilizadas em vacinas, os cientistas também apontam que as vidas artificiais podem ser usadas como nanorrobôs que carregariam medicamentos nos corpos de pessoas e/ou para ajudar em diagnósticos. Eles explicam que o DNA e os peptídeos são as 'ferramentas moleculares' responsáveis por manipular nanotecnologias e possibilitar a criação de uma forma artificial de vida.

Fora as formas de vidas artificiais, o DNA e os peptídeos são utilizados pela natureza para criar 'fábricas de proteínas' em células.Fora as formas de vidas artificiais, o DNA e os peptídeos são utilizados pela natureza para criar 'fábricas de proteínas' em células.Fonte:  Getty Images 

Por meio do DNA, os especialistas conseguem realizar um tipo de programação do nível atômico ao nível macro, mas suas funções químicas são limitadas. A partir da tecnologia de peptídeos, eles conseguem criar funções químicas por meio de 20 tipos de aminoácidos. Em testes, eles projetaram estruturas de DNA com três estruturas de peptídeos, resultando em uma molécula híbrida completamente artificial.

"Na minha opinião, o valor global de todos estes esforços é que podem ser usados para melhorar a capacidade da sociedade de diagnosticar e tratar pessoas doentes. Olhando para o futuro, não ficarei surpreso que um dia possamos criar arbitrariamente nanomáquinas híbridas, vacinas virais e até mesmo formas de vida artificiais a partir desses blocos de construção para ajudar a sociedade a combater essas doenças difíceis de curar. Seria uma revolução nos cuidados de saúde", completa Chenguang Lou em comunicado.

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