Meteorito de 4,6 bilhões de anos desafia a formação do Sistema Solar; veja

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Em meados de 2020, uma equipe de cientistas coletou amostras de um meteorito datado de 4,6 bilhões de anos, encontrado durante uma expedição em uma região da Argélia, na África do Norte. De acordo com um novo estudo publicado na revista científica Nature Communications, a antiga rocha cósmica pode auxiliar em uma melhor compreensão sobre o nascimento do nosso Sistema Solar.

Nomeado de Erg Chech 002, o meteorito é considerado a rocha de origem vulcânica mais antiga já encontrada, excedendo qualquer tipo de rocha que 'nasceu' na Terra. Um isótopo detectado nas amostras sugere a presença de material radioativo de estrelas que explodiram no final da formação do Sistema Solar; ao compreender mais sobre o material, os cientistas buscam encontrar respostas sobre os segredos do passado do universo.

Apesar de ser considerada a pedra vulcânica mais antiga, ela não surgiu em vulcões comuns. Os dados apontam que o meteorito surgiu de explosões do início do Sistema Solar, provavelmente, como parte de um planeta bebê em formação que foi interrompido por conta de uma colisão com outro objeto cósmico.

O meteorito Erg Chech 002 é a rocha vulcânica mais antiga encontrada na Terra.O meteorito Erg Chech 002 é a rocha vulcânica mais antiga encontrada na Terra.Fonte:  Steve Jurvetson 

“O isótopo de alumínio-26 (26Al) [detectado no Erg Chech 002], um radionuclídeo de curta duração, é uma fonte de calor significativa para a fusão planetária inicial. O sistema de decaimento alumínio-26 — magnésio-26 (26Al-26Mg) também funciona como um cronômetro relativo de alta resolução. Em ambos os casos, no entanto, é crucial determinar se o 26Al estava distribuído de maneira homogênea ou heterogênea ao longo da névoa solar”, descreve o estudo.

Meteorito de 4,6 bilhões de anos e o Sistema Solar

O isótopo estável detectado na rocha é o magnésio-26, um decaimento do isótopo radioativo do alumínio-26; ambos comumente surgem a partir da morte de estrelas massivas. Ao realizar comparações com outros meteoritos, os cientistas descobriram que o Erg Chech 002 possuía muito mais alumínio-26 — provavelmente, outros elementos foram expelidos por supernovas e outros eventos cósmicos do início do Sistema Solar.

Os cristais do meteorito podem revelar mais informações sobre o início do Sistema Solar.Os cristais do meteorito podem revelar mais informações sobre o início do Sistema Solar.Fonte:  Steve Jurvetson 

Outros estudos também descrevem que o Sistema Solar em formação recebeu diversos materiais radioativos que surgiram durante explosões de supernovas, provavelmente, como aconteceu com o meteorito Erg Chech 002. De qualquer forma, os pesquisadores continuarão a estudar as amostras para compreender mais sobre a descoberta.

“Aqui nós demonstramos que os dados atuais indicam claramente uma heterogeneidade espacial do alumínio-26 por um fator de 3-4 na nuvem molecular precursora ou no disco protoplanetário do Sistema Solar, provavelmente associada à entrada tardia de materiais estelares com radionuclídeos recém-sintetizados”, o estudo explica.

Mantenha-se atualizado sobre as últimas descobertas da astronomia aqui no TecMundo. Aproveite para descobrir também como o desaparecimento de nuvens de Netuno pode ter ligação com ciclo do Sistema Solar.

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