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Ciência

Formação dos continentes da Terra é reavaliada em nova pesquisa

O estudo dos isótopos de chumbo na Austrália permitiu avaliar e rastrear a evolução dos materiais da Terra, da crosta ao manto basal

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

schedule04/08/2023, às 07:00

Formação dos continentes da Terra é reavaliada em nova pesquisa Fonte:  Getty Images 

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Uma nova pesquisa revolucionária conduzida por cientistas da Universidade de Curtin, em Perth na Austrália, estabeleceu uma nova estrutura para datar a dinâmica da evolução da Terra. Usando composições de isótopos de chumbo, eles promoveram uma reavaliação dos dados globais, que inclui as formações de continentes e de depósitos minerais. 

A principal questão da pesquisa era determinar quando os continentes, da forma como os conhecemos hoje, começaram a se formar. De acordo com o principal pesquisador, Dr. Luc Doucet, do Grupo de Pesquisa em Dinâmica da Terra em Curtin, o ponto de partida para respondê-la foi compreender a evolução do manto da Terra, desde a formação da Lua, após um asteroide colidir com nosso planeta há 4,5 bilhões de anos.

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Esse mergulho no passado primitivo foi feito usando "composições de isótopos de chumbo de amostras de rochas ao longo do espaço e do tempo, incluindo meteoritos primitivos que foram formados ao mesmo tempo que o sistema solar e vários componentes das camadas da Terra, para reconstruir a evolução do seu manto”,  explicou o coautor Dr. Denis Fougerouse em um comunicado. 

O nascimento das placas tectônicas

Diferentes configurações tectônicas para a formação dos depósitos de chumbo.Diferentes configurações tectônicas para a formação dos depósitos de chumbo.

Aproveitando a abundância de depósitos de chumbo-zinco na Austrália (estimada em 52 bilhões de toneladas) e também sua diversidade — que varia de 285 milhões a 3,4 bilhões de anos — a equipe chegou a uma descoberta impressionante. Conforme o Dr. Hugo Olierook, outro coautor, esses depósitos minerais começaram a exibir diferenças expressivas em relação ao manto terrestre há cerca de 3,2 bilhões de anos. 

Isso quer dizer que esse período é "o ponto em que as placas tectônicas começaram a ser o motor dominante da formação de continentes na Terra. A Terra é o único planeta em nosso sistema solar que possui placas tectônicas e, talvez não por coincidência, o único planeta capaz de hospedar vida", destaca Olierook.   

Implicações da pesquisa para a formação dos continentes

A pesquisa forneceu informações para calibrar os atuais métodos de datação radiométrica.A pesquisa forneceu informações para calibrar os atuais métodos de datação radiométrica.

Além de lançar novas luzes sobre a compreensão da histórica geológica da Terra, o que em si já é importante, a pesquisa publicada na edição mais recente da revista Earth-Science Reviews tem também aplicações práticas. 

Os próprios sistemas de isótopos de chumbo-urânio receberam novas curvas estabelecidas pela equipe da Curtin, permitindo uma recalibração das idades radiométricas utilizadas para datar eventos futuros relacionados à mineralização da Terra, o que, em última análise, significa uma nova forma de compreender a formação dos continentes no planeta

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