Telescópio James Webb faz fotos de galáxias que desafiam teorias atuais

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Imagem: NASA/CEERS/University of Texas at Austin

Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin revelaram fotos do Telescópio Espacial James Webb (JWST), que mostram pela primeira vez imagens em definição de galáxias barradas, similares à Via-Láctea. O estudo foi publicado no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.

Quando falamos em observações astronômicas, diversas variáveis devem ser consideradas. Entre elas, duas cruciais: o tempo e a visibilidade.

Ao observarmos o céu estamos encarando o passado do universo, e a resolução com que olhamos esses fenômenos faz toda a diferença.

Seu antecessor, o Telescópio Hubble, já havia identificado diversas galáxias, mas atualmente com a ultra definição do JWST, algumas coisas podem mudar.

Graças a seus espelhos, que captam mais luz, e sensores de infravermelho capazes de eliminar boa parte do ruído causado pela poeira espacial, o telescópio James Webb é capaz de produzir imagens nítidas e em ótima resolução.

A galáxia EGS23205 fotografada por pelo telescópio Hubble, à esquerda, e pelo JWST, à direitaA galáxia EGS23205 fotografada por pelo telescópio Hubble, à esquerda, e pelo JWST, à direitaFonte:  NASA/CEERS/Universidade do Texas em Austin 

As novas imagens do JWST apresentam galáxias com barras estelares em rápida expansão, em um universo jovem.

As galáxias barradas são berços de estrelas cheias de gás e poeira cósmica. Elas recebem este nome devido ao formato do sistema, com referência na classificação da Forquilha de Hubble.

A forquilha de Hubble classifica as galáxias de acordo com seu formato e capacidade de produção de estrelas.A forquilha de Hubble classifica as galáxias de acordo com seu formato e capacidade de produção de estrelas.Fonte:  Shutterstock 

As barras, ou braços, são essenciais na produção de novas estrelas e na manutenção da velocidade do sistema. Eles ajudam canalizando gás e poeira para o centro das galáxias, impulsionando a produção de novas estrelas.

Os pesquisadores estimam que as galáxias observadas estejam em um passado de 11 bilhões de anos atrás, quando o universo ainda possuía apenas 25% da expansão atual.

Além de serem as fotos com melhor resolução já obtidas por um telescópio, esse também se tornou o vislumbre mais antigo do passado que se tem conhecimento.

Mas esses dados não são apenas uma curiosidade do universo. As observações têm implicação direta na forma como estudamos a formação do mundo.

As teorias serão testadas em novos modelosAs teorias serão testadas em novos modelosFonte:  Shutterstock 

"Essa descoberta de barras iniciais significa que os modelos de evolução galáctica agora têm um novo caminho, por meio de barras para acelerar a produção de novas estrelas em épocas iniciais", explica Shardha Jogee, professora de astronomia da Universidade do Texas.

Para os pesquisadores, os próprios braços observados nas galáxias são um desafio para as teorias atuais.

Os estudos irão continuar, e agora os cientistas devem testar novos modelos a fim de compreender como o universo se formou e expandiu.

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