Pessoas de olho azul têm único ancestral que viveu há mais de 6 mil anos

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Ao menos seis mil anos separam o primeiro ser humano de olhos azuis de todos os outros que já existiram. Já o que os une é o fato de que todos os outros descendem do primeiro. O achado foi publicado na revista científica Human Genetics.

O ancestral comum - que desenvolveu espontaneamente a mutação para essa cor dos olhos, de acordo com pesquisadores da Universidade de Copenhague -, viveu entre seis e dez mil anos atrás. A mutação herdada por seus descendentes é responsável pela coloração dos olhos de cerca de 8 a 10% da população mundial atual.

Estima-se que até 10% da população mundial tenha olhos azuisEstima-se que até 10% da população mundial tenha olhos azuisFonte:  Shutterstock 

Segundo o autor principal do estudo, o professor Hans Eiberg, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da universidade, todos os seres humanos tinham, originalmente, olhos castanhos.

"Uma mutação genética que afeta o gene OCA2 em nossos cromossomos resultou na criação de um 'interruptor' que literalmente desativou a capacidade de produzir olhos castanhos”, explicou o professor ao site Science Daily.

O gene OCA2 codifica a chamada proteína P, envolvida na produção de melanina, que dá cor aos nossos cabelos, olhos e pele. Já o interruptor citado por Eiberg, está em um gene adjacente, que não desliga totalmente o OCA2, mas limita sua ação, reduzindo a produção de melanina na íris e "diluindo" os olhos castanhos em azuis.

Os olhos castanhos e verdes, diferentemente da mutação presente nos azuis, têm sua intensidade definida pela quantidade de melanina de cada indivíduo.

Segundo o professor Eiberg, a mutação não é positiva nem negativa, apenas uma característica individual como cor do cabelo, calvície, sardas e manchas de beleza que, como o pesquisador ressaltou, não aumentam nem reduzem a chance de sobrevivência de um ser humano.

Para ele, o estudo mostra que a natureza está constantemente embaralhando o genoma humano, "criando um coquetel genético de cromossomos e experimentando diferentes mudanças ao fazê-lo".

Artigo: Human Genetics - DOI: 10.1007/s00439-007-0460-x.

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