Você é o centro do universo, e a ciência pode te ajudar a provar isso

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*Este texto foi escrito por um colunista do TecMundo; saiba mais no final.

Pode ser que você não saiba, mas você é, ou pelo menos pode se achar, o centro do universo! Isso mesmo, segundo a Teoria do Big Bang, que é a mais aceita para o início do tempo segundo a Física, nosso universo vem se expandindo, em todas as direções, há mais de 14 bilhões de anos.

Isso pode ser comprovado com auxílio de telescópios, uma vez que, em qualquer direção observada, as galáxias estão se afastando da Terra, como se estivéssemos, de fato, no centro do universo.

O curioso é que essa observação seria possível de absolutamente qualquer lugar. Para entender, podemos imaginar um balão que, quando preenchido com ar, assume o formato de uma esfera. Se desenharmos diversos pontinhos no balão vazio, quando ele for inflado, veremos os pontinhos se afastando cada vez mais, sem que nenhum fique mais próximo dos outros.

Balão sendo preenchido com ar enquanto sua superfície aumenta de tamanho.Balão sendo preenchido com ar enquanto sua superfície aumenta de tamanho.Fonte:  Shutterstock 

Isso é o que acontece em nosso universo. Da mesma forma que não existe centro nem beira da superfície de uma esfera, não existe um centro nem beira do universo. Uma outra maneira de interpretar, é dizer que o centro do universo está em todos os lugares, portanto, você, e todas as coisas e pessoas, podem muito bem ser o centro dessa imensidão toda.

Outro fenômeno interessante é que, devido ao tamanho do nosso universo, quando observamos estrelas e galáxias distantes, estamos literalmente, olhando para o passado. Em nossa experiência cotidiana isso também acontece. Para que seja possível enxergar qualquer coisa, a luz emitida ou refletida por essa coisa deve viajar até nossos olhos. Isso significa que, no instante em que essa luz atinge nossos olhos e é processada, o objeto que a emitiu já está emitindo uma outra luz e o que estamos enxergando está, se levarmos isso ao extremo, no passado.

Porém, quando tratamos da escala do universo, a luz (que possui a maior velocidade fisicamente possível) vinda de um objeto pode levar bilhões de anos para chegar até nós. Daí o conceito de ano-luz, que é a distância que a luz percorre durante um ano inteiro. Essa distância é aproximadamente 65 mil vezes maior que a distância entre o Sol e a Terra e corresponde a mais de 9 trilhões de quilômetros.

Imagem de nossa galáxia feita pelo telescópio espacial HubbleImagem de nossa galáxia feita pelo telescópio espacial HubbleFonte:  Nasa 

Então, quando utilizamos telescópios para estudar planetas, estrelas e galáxias distantes, estamos também estudando como nosso universo era há dezenas, centenas, milhares, milhões ou bilhões de anos atrás, que corresponde a quanto tempo a luz desses objetos viajou até nos atingir.

A formação das galáxias por exemplo, como a nossa Via Láctea, ficou mais próxima de ser explicada quando, no final de 2021, um grupo de cientistas de diversos países conseguiu observar a formação do que possivelmente seria a primeira galáxia do universo, que recebeu o nome de HD1 e foi encontrada a 100 milhões de anos-luz da Terra.

É claro que, esse tipo de observação requer diversos tipos de confirmação, que só virão com o tempo, com mais estudos e uma observação contínua dessa região distante do universo. Uma luz que viajou todo esse tempo para chegar até nós, deve ser cuidadosamente estudada e é capaz de trazer informações valiosas para que possamos entender, cada vez melhor, a formação do nosso universo.

Rodolfo Lima Barros Souza, professor de Física e colunista do TecMundo. É licenciado em Física e mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Unicamp na área de Percepção Pública da Ciência. Está presente nas redes sociais como @rodolfo.sou

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