Ciência

Vídeo explora buraco negro em diferentes espectros de luz

Produção é resultado do trabalho de 760 pesquisadores de diversas partes do globo

15/04/2021, às 09:48

Vídeo explora buraco negro em diferentes espectros de luz

Fonte:  EHT/Divulgação 

Imagem de Vídeo explora buraco negro em diferentes espectros de luz no tecmundo

Em abril de 2019, o projeto Event Horizon Telescope (EHT) revelou a primeira imagem de um buraco negro na galáxia Messier 87 (M87) – cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra. Agora, dados de 19 laboratórios astronômicos mostram uma nova visão da singularidade.

Um vídeo hipnotizante apresenta novos detalhes do buraco negro supermassivo e do sistema que ele alimenta. Em especial, as observações podem ajudar a aprimorar testes da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.

O vídeo começa com a imagem original do EHT e, em seguida, apresenta registros de radiotelescópio, através da luz visível, ultravioleta e raios-X. Ele também destaca dados de telescópios de raios gama na Terra e da NASA no espaço.

A imensa atração gravitacional do buraco negro pode criar jatos de partículas que viajam quase à velocidade da luz, por todo o espectro eletromagnético. Eles se espalham por todo o universo, abrangendo ondas de rádio que vão da luz visível até os raios gama.

Dessa maneira, cientistas compensaram a variabilidade coordenando observações com os telescópios mais poderosos do mundo, coletando a luz de todo espectro. Logo, essa é a maior campanha de observação simultânea já realizada em um buraco negro.

Para realizar o amplo trabalho foram necessários 760 pesquisadores e engenheiros de cerca de 200 instituições em mais de 32 países. Eles trabalharam de março a abril de 2017 para reunir o vasto conjunto de dados da M68.

Imagem original do buraco negro na M68 capturado pelo EHT em 2019.Imagem original do buraco negro na M68 capturado pelo EHT em 2019.

Novos testes da Teoria da Relatividade

Segundo a NASA, os dados coletados serão usados por cientistas para refinar testes da Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Hoje, os principais obstáculos dos estudos são as incertezas sobre o material girando em torno do buraco negro.

Os dados também ajudarão a entender como são formados os “raios cósmicos” e o impacto potencial que tem no resto do universo. Conforme os pesquisadores, os jatos transportam energia liberada pelo buraco negro em escalas maiores que a galáxia hospedeira.

“Os resultados vão nos auxiliar no cálculo da quantidade de energia transportada e o efeito que os jatos do buraco negro têm em seu ambiente”, explica Sera Markoff, pesquisadora da Universidade de Amsterdã e coautora do recente estudo.