Fleety: testamos um carro elétrico neste inovador serviço de car sharing

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O carro elétrico já existe há alguns anos ao redor do mundo, mas ainda é um privilégio para poucos poder dirigir um, mesmo fora do Brasil. Recentemente, a Tesla anunciou o Model 3, seu primeiro modelo mais em conta, que vem para rivalizar com outros veículos elétricos de pequeno porte, como o Bolt EV, da GM, mas, ainda assim, um carro movido à eletricidade continua raro.

Por aqui, no Brasil, é algo ainda mais incomum: tirando algumas raríssimas exceções, apenas algumas iniciativas governamentais ou projetos universitários usam carros elétricos. Isso acontece por conta da legislação e das cargas tributárias que ainda estão sendo adaptadas para que a "novidade" chegue até o usuário comum.

É aí que o Fleety, uma plataforma de "car sharing", inovou: em uma parceria firmada com a montadora chinesa BYD e com a DirijaJa!, a empresa trouxe um veículo elétrico para o país e o colocou à disposição para que qualquer pessoa possa alugá-lo e experimentar como é andar em um carro desses – a primeira iniciativa do tipo por aqui. Nós tivemos a oportunidade de testá-lo e vamos contar como foi!

Uma experiência bem específica

Alugar o BYD E6 é uma tarefa extremamente fácil. Tudo é feito através do site do Fleety, seguindo basicamente o mesmo processo usado para emprestar qualquer outro carro na plataforma, mas existem algumas restrições específicas.

A primeira e mais importante é que você deve estar em Curitiba, já que o único modelo disponível encontra-se na cidade. Outro motivo que também pesa bastante e foi reforçado por Guilherme Nagueva, responsável pela estratégia digital do Fleety, é que as cidades não contam ainda com a infraestrutura necessária para receber um carro elétrico.

Isso significa, basicamente, que faltam postos de abastecimento para os veículos – e a "bomba" utilizada para recarregar o E6 foi instalada especialmente próxima da sede do Fleety na capital paranaense. Nagueva explicou que, embora existam alguns outros pontos, eles são restritos aos veículos da prefeitura, o que inviabiliza seu uso para carros de uso comum.

Isso nos leva à segunda restrição mais significativa em relação ao uso do E6: você não pode viajar. Embora o veículo tenha uma autonomia estimada em 400 quilômetros, a indisponibilidade de locais para carregar o carro impede que você possa ir muito longe com segurança. Por outro lado, você tem a vantagem de que o carro estará sempre com bateria quando você o pegar para dar as suas voltas pela cidade.

Andando silenciosamente – e sem poluir – por aí

Nas fotos, o BYD E6 parece menor do que ele realmente é. Ele se parece bastante com uma minivan e, se você olhar bem, poucas coisas o diferem de um carro comum. O modelo disponível, de 2013, tem baterias de fosfato de ferro com capacidade para 80 kWh e um propulsor elétrico, que gera o equivalente a 122 cv, no lugar do motor a combustão convencional.

Em teoria, o E6 pode chegar a uma velocidade máxima de 140 km/h – e sem a emissão dos gases comuns dos carros normais. Muita gente pode pensar que dirigir um carro elétrico é algo de outro mundo – quando, na verdade, não é.

Se você já teve alguma experiência com carro automático, é provável que não sinta qualquer diferença, com exceção de um detalhe: o som – ou melhor, a ausência dele. O motor elétrico emite um ruído extremamente baixo que só é perceptível se você acelerar forte e subir muito a rotação.

Painel high-tech mostra consumo (e recarga) e autonomia estimada, para não te deixar na mão

Por ser automático, o e6 conta com apenas três opções: N (Neutro), D (Drive) e R (Ré), mas, diferente dos câmbios automáticos ou automatizados, o veículo conta com apenas uma única marcha para frente.

Andar com o carro na cidade é uma atividade muito bacana, silenciosa e bastante confortável também. Apesar de se tratar de um veículo com mais de 2,5 toneladas, o e6 oferece um desempenho bem convincente.

Vale lembrar que existe um paradoxo da indústria automotiva atualmente, que busca mais autonomia para os elétricos, mas não pode exagerar nas baterias por conta do peso, que pode comprometer o desempenho. No caso do veículo da BYD, esse não é um problema.

Espaçoso, confortável e silencioso: mesmo com tamanho e peso consideráveis, BYD e6 apresenta um bom desempenho

Uma das coisas mais bacanas do carro é que, ao frear, a bateria é recarregada. O mesmo acontece numa descida: se você deixar o carro "rolar" e não apertar o acelerador, o próprio movimento retorna energia para o veículo e otimiza sua autonomia.

Um indicador no painel – que é supermoderno, diga-se de passagem – mostra quanto o carro está consumindo ou recarregando à medida que você vai andando, além de oferecer uma estimativa do quanto você ainda pode andar com segurança. O tempo para recarregar as baterias é de aproximadamente 2 horas utilizando o posto de recarga específico, de 380V.

No fim das contas, dirigir o BYD e6 dá uma noção de como poderá ser a realidade de ter um carro elétrico no futuro: é como fazer a fusão de um automóvel com um smartphone. Dirigir um veículo desses não tem uma diferença gritante em relação aos convencionais, mas o grande problema está na falta de estrutura das cidades para finalmente o receber.

Como fazer para alugar um

A ideia do Fleety de disponibilizar o BYD e6 para aluguel veio como uma forma de popularizar a prática do car sharing, em que você pode disponibilizar o seu veículo particular para que outra pessoa o utilize durante um período de tempo e receber uma grana por isso.

Com o carro elétrico, o processo é o mesmo, com a diferença de que a "pessoa" que vai te emprestar o carro é a própria empresa. Você acessa o site, faz seu cadastro, verifica a disponibilidade do veículo e agenda a retirada e a devolução. O pagamento é feito por cartão de crédito na própria plataforma, que também conta com outros modelos convencionais.

As tarifas de aluguel do carro elétrico são de R$ 15 a hora ou R$ 120 por dia – você pode ficar até três dias seguidos com ele. Se você morar em Curitiba ou estiver só de passagem, vale muito a pena dar uma conferida para matar a curiosidade – afinal de contas, pode demorar até que a tecnologia chegue para valer por aqui.

E aí, você já dirigiu um carro elétrico? Como foi sua experiência? Comente no Fórum do TecMundo

Fontes

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