A Inteligência Artificial vai destruir as famosas assistentes virtuais?

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Imagem: GettyImages

Antigos filmes de ficção científica prometiam que a criatividade humana nos levaria a um futuro com Inteligência Artificial em todos os lugares. A expectativa virou realidade e nos faz questionar em quanto tempo as assistentes virtuais da Amazon, Apple e Google serão ultrapassadas nesse processo.

Com a IA generativa lançada em vários produtos e serviços gratuitos nos últimos meses, como ChatGPT, a evolução tecnológica se tornou uma corrida em que a linha de chegada é criar recursos mais inteligentes, descomplicados e criativos que o ser humano. Saiba como as assistentes virtuais se encaixam nesse cenário futurista!

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Diferenças entre assistente virtual e IA generativa

As assistentes virtuais são softwares que utilizam IA para entender a linguagem humana, responder a perguntas e executar tarefas. Alexa, Google Assistant e Siri são modelos programados para atender comandos de voz ou texto.

Por outro lado, recursos como ChatGPT e Bard são modelos que usam um outro tipo de inteligência artificial, a IA generativa. Isso os possibilita a criar conteúdos semelhantes à produção de um humano, tal como textos e imagens, em resposta a uma ampla gama de prompts e perguntas do usuário.

A necessidade de um banco de dados gigantesco é comum a todos eles. Já as diferenças entre assistente virtual e IA generativa podem ser vistas em 3 aspectos:

1. Estrutura e capacidade

As assistentes virtuais têm uma arquitetura mais complexa que combina várias tecnologias de Inteligência Artificial, como processamento de linguagem natural (NLP), reconhecimento de voz, aprendizado de máquina e integração com serviços externos.

Assistentes virtuais conseguem ativar comandos em diversos aparelhos.Assistentes virtuais conseguem ativar comandos em diversos aparelhos.Fonte:  GettyImages 

Os modelos de linguagem, como o GPT-3, aprendem padrões de linguagem a partir de grandes quantidades de dados e podem gerar respostas coerentes e contextuais com base nas entradas fornecidas. No entanto, eles não têm a mesma especialização e integração que as assistentes virtuais possuem.

2. Interação

As assistentes virtuais geralmente se comunicam com os usuários por meio de comandos de voz e fornecem respostas em áudio ou texto. Enquanto os modelos de linguagem que usam IA generativa recebem e entregam conteúdo em texto.

3. Propósito

O objetivo principal das assistentes virtuais é simplificar as interações do usuário com dispositivos e serviços. Já os modelos de linguagem realizam essa mesma função de modo mais versátil e cumprindo tarefas mais complexas, como a estruturação de um planejamento financeiro.

O lançamento da OpenAI intensificou a demanda por IA generativa.O lançamento da OpenAI intensificou a demanda por IA generativa.Fonte:  GettyImages 

Em resumo, as assistentes virtuais são projetadas para tarefas específicas, como pedir para Alexa tocar uma música, pesquisar na internet com o Google Assistant ou fazer uma chamada com a ajuda da Siri. No caso da IA generativa, os resultados correspondem a tarefas mais gerais.

Quais são as limitações das assistentes virtuais atuais?

As infinitas possibilidades de uso da IA generativa mostrou como as assistentes virtuais do momento precisam se atualizar para acompanhar a evolução tecnológica e manter-se competitivas no mercado.

Mas a tarefa não é fácil e nem rápida de ser feita! Segundo John Burkey, ex-engenheiro da Apple, atualizações simples na Siri exigia a recriação do banco de dados inteiro, o que levaria até seis semanas.

Quando se trata de implementar recursos mais complexos, aumente o prazo para doze meses. "Isso significava que não havia jeito de a Siri se tornar uma assistente criativa como o ChatGPT", afirmou.

Siri em diferentes aparelhos Apple.Siri em diferentes aparelhos Apple.Fonte:  GettyImages 

Outra barreira a ser vencida na corrida da IA é como gerar receita para suas donas. A Apple conseguiu resolver essa questão integrando a Siri nos seus dispositivos para alavancar as vendas do iPhone. Amazon e Google ainda têm bastante dificuldade nesse sentido.

Em 2020, um executivo do Google chamado Prabhakar Raghavan assumiu o comando do assistente virtual da empresa e fez grandes mudanças no projeto. O novo foco era ser um recurso chamativo para smartphones Android – uma "leve" semelhança com o projeto da Apple.

No entanto, com as demissões em massa para cortar custos em meio a incerteza econômica gerada pela pandemia, a Google mandou embora 16% de seus engenheiros e a Amazon perdeu cerca de mil pessoas que trabalhavam na equipe Alexa.

Como resultado, o atraso no desenvolvimento de funções mais complexas e intuitivas nas assistentes virtuais mais consumidas no mundo. Agora as big techs precisam correr atrás do tempo perdido.

O futuro é IA generativa?

Se queremos assistentes virtuais mais criativas e personalizadas, então, sim, o futuro é IA generativa. A possibilidade de chatbots e assistentes de voz convergirem é grande, ainda mais quando estudamos as facilidades que ambos podem nos ofertar para uma vida mais simples e conveniente, seja em casa, no trabalho ou no lazer.

Essa é a visão que Dave Limp tinha desde 2021. Como vice-presidente sênior de dispositivos e serviços da Amazon, ele disse à CNN que o objetivo era usar inteligência artificial “para criar esse grande assistente pessoal”.

“Estamos usando todas as formas de inteligência artificial há muito tempo, mas agora que vemos o surgimento da IA generativa, podemos acelerar essa visão ainda mais rápido”, ressaltou Limp.

Hoje, a IA está presente desde em transações financeiras até no controle de uma iluminação residencial.Hoje, a IA está presente desde em transações financeiras até no controle de uma iluminação residencial.Fonte:  GettyImages 

Na prática, a intenção é ter uma Alexa que aprenda a ter conversas mais naturais de acordo com os interesses e preferências do usuário. Em contrapartida, o desafio que assombra empresas como OpenAI e Google também é uma preocupação para as equipes desenvolvedoras das assistentes virtuais: como garantir a confiabilidade das informações geradas e evitar alucinações?

A diretora geral de Alexa no Brasil, Talita Taliberti, falou sobre isso durante um evento de lançamento de novos produtos da empresa no país.

Ela explicou que a intenção é fazer com que a assistente virtual continue a construir uma relação de confiança com os consumidores e traga informações atuais e relevantes com transparência sobre as fontes utilizadas.

Pelo jeito, o surgimento da IA generativa parece ser o impulso que faltava para acelerarmos a jornada de criar meios para um diálogo mais humano com máquinas integradas que sabem replicar nossa linguagem fluida e criativa.

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