Brecha grave em navegadores de Linux e Mac segue ativa desde 2008
Vulnerabilidade permite que sites maliciosos burlem mecanismos de segurança

09/08/2024, às 20:45
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Fonte: Oligo Security
Pesquisadores do laboratório de cibersegurança Oligo Security denunciaram uma vulnerabilidade que afeta navegadores. A falha é considerada grave e já é conhecida há bastante tempo, porém segue sem resolução.
A brecha permite que sites mal intencionados consigam burlar a segurança de navegadores e "interajam com serviços rodando em uma rede local". Na prática, isso pode impactar principalmente corporações e organizações.
Os navegadores expostos são as versões para Linux e macOS de Mozilla Firefox, Safari e Google Chrome, além dos programas baseados no motor Chromium — o que inclui o Microsoft Edge e o Opera, por exemplo. Computadores com Windows não apresentam a mesma brecha, de acordo com a análise.
Como funciona o ataque?
A falha é chamada de 0.0.0.0 Day por ser uma vulnerabilidade de dia zero e também por usar o IP padrão 0.0.0.0 para fazer a exploração do sistema.
Normalmente, esse endereço representa todos os IPs de uma máquina local ou todas as interfaces conectadas a um servidor. Os sites invasores podem fazer solicitações de acesso padrão HTTP ao 0.0.0.0 na tentativa de receber uma resposta positiva de acesso da máquina que hospeda uma rede local.
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Mecanismos padronizados de navegadores normalmente bloqueiam um site de fazer solicitações de acesso por esse método, mas o 0.0.0.0 não costuma fazer parte da lista de IPs bloqueados pelo sistema.
Na pior das hipóteses, isso pode resultar em execução remota de código nas máquinas conectadas. Segungo a Oligo Security, cibercriminosos já exploraram a vulnerabilidade em ataques registrados pelo laboratório.
O caso já é conhecido há pelo menos 18 anos: as primeiras denúncias da brecha foram registradas em 2008. Só com a nova denúncia, porém, as empresas responsáveis pelos navegadores confirmaram que estão cientes do caso.
A Mozilla por enquanto é a única que ainda não confirmou que fará uma correção. Segundo a companhia, impor limites de acesso a IPs específicos pode gerar incompatibilidades na navegação em geral. Apple e Google, por outro lado, já trabalham em uma atualização para restringir o acesso.
Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.