Venda de discos de restauração do Windows acaba em prisão para reciclador

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Eric Lundgren, um empresário do ramo de reciclagem de lixo eletrônico nos EUA, foi condenado a 1 ano e 3 meses de cadeia por vender discos de restauração do Windows. Ele também terá que pagar uma multa no valor de US$ 50 mil.

A acusação envolveu a fabricação e distribuição de 28 mil cópias de discos com uma versão de restauração do Windows para computadores e notebooks da Dell. Esses discos são distribuídos gratuitamente com as vendas de novas máquinas e seu conteúdo pode ser encontrado para download no site da fabricante. Isso acontece porque eles servem para reinstalar o sistema operacional, funcionando apenas quando uma versão original do Windows é detectada.

Lundgren pretendia vender as unidades de discos por US$ 0,25 para lojas de reparos de eletrônicos. O objetivo dele era incentivar que as pessoas não se desfizessem dos seus computadores atuais, usando os CDs para restaurar o sistema das máquinas, algo que poderia ser feito até mesmo por alguém com poucos conhecimentos nessa área. As lojas também poderiam utilizá-los na hora de apagar o conteúdo de notebooks antigos antes de revende-los como usados.

Pena foi reduzida porque discos não foram vendidos

De acordo com o Washington Post, a Microsoft e o governo não concordaram com essa justificativa dada pelo empresário. A companhia responsável pelo Windows disse que esses discos de restauração poderiam prejudicar as vendas de sistemas originais e entrou na justiça pedindo US$ 420 mil como reparação pelas supostas vendas perdidas.

O juiz Daniel Hurley, responsável pela sentença final, diminuiu a pena porque nenhum dos discos chegou a ser comercializado e classificou o caso como “particularmente difícil”. O magistrado recebeu evidências do trabalho que a empresa de Lundgren realiza ao redor do mundo, acabando com o lixo eletrônico em países como Gana e China.

Os discos de restauração foram fabricados enquanto o empresário morava na China e enviados para parceiros comerciais dele no estado norte-americano da Flórida. Eles continham as marcas da Microsoft e da Dell impressas, o que piorou a situação de Lundgren, que também foi acusado por violação de direitos autorais. Mesmo assim, ele achava que não seria condenado, já que os programas gravados nos discos eram gratuitos.

Um homem e placas verdes.Empresário diz que foi punido por “ficar no caminho dos lucros da Microsoft”.

No entanto, um funcionário da Microsoft ouvido no caso afirmou que a empresa cobrava US$ 25 das fabricantes de computadores pelas versões do Windows instaladas em máquinas reaproveitadas, sem diferenciar versões originais do sistema da cópia de restauração que não tem valor comercial.

Lundgren diz que foi punido por “ficar no caminho dos lucros da Microsoft”. Como todos os recursos financeiramente viáveis para ele foram esgotados, o empresário aceitou que vai cumprir a pena imposta. Atualmente, sua empresa vive de fazer reciclagem de lixo eletrônico para clientes como ASUS, Lenovo e Coca-Cola.

Em nota, a Microsoft disse que apoia todas as iniciativas de reduzir lixo eletrônico, mas afirmou que o empresário tentou vender “software falsificado que ele disfarçou como legítimo”. Para a empresa, os discos do caso poderiam expor as pessoas a “malware e outras formas de crimes virtuais, colocando a segurança delas em risco e prejudicando o mercado de produtos reciclados”.

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