The BRIEF

Trump confirma que ordenou ataque hacker contra russos em 2018

'Fazenda de trolls' que tentava interferir nas eleições do país foi alvo de operação confirmada apenas dois anos depois

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

13/07/2020, às 08:00

Trump confirma que ordenou ataque hacker contra russos em 2018

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Imagem de Trump confirma que ordenou ataque hacker contra russos em 2018 no tecmundo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou pela primeira vez que o país realizou um ciberataque em 2018 contra uma organização situada na Rússia que tentava interferir nas eleições norte-americanas. A informação veio do próprio político em uma entrevista concedida ao jornal The Washington Post.

O ciberataque era tido apenas como uma suposição desde fevereiro de 2019, quando o próprio jornal fez a denúncia original. O alvo foi o Internet Research Agency (IRA), uma "fazenda de trolls" que tinha como objetivo encher as redes sociais de memes, desinformação e postagens patrocinadas de cunho político para tentar fortalecer a imagem de certos candidatos e prejudicar outros durante as eleições de meio de mandato, que envolvem os cargos para o Congresso.

Na entrevista, Trump indicou que era "correto" afirmar que ele mesmo ordenou o ataque, que tinha como objetivo paralisar as atividades dos robôs e cortar a conexão dos equipamentos. Na época da reportagem original, um porta-voz da Agência de Segurança Nacional apenas comentou que "o governo não discute planejamento e operações no ciberespaço".

Longa data

Essa mesma agência russa teria sido responsável por interferências nas eleições de 2016, que elegeram o agora presidente norte-americano pelo Partido Republicano. As primeiras denúncias começaram já em dezembro daquele ano e envolveram redes como Facebook e Reddit.

Entretanto, para Trump, a culpa pela eficiência dos bots russos é do seu antecessor, Barack Obama.

"Ele sabia antes das eleições que a Rússia estava brincando por aí. Ou ele foi avisado disso. De qualquer forma, quem sabe? E ele não disse nada. E a razão para não dizer nada é que ele não queria tocar naquilo, porque achava que ela estava vencendo após ver as pesquisas falsas. Então, ele achou que ela venceria. E nós tivemos a maioria silenciosa que disse 'não, nós gostamos do Trump'", afirma o político, citando a derrota da candidata Hillary Clinton.


Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.