As tecnologias da pesca

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Quando o assunto é pescaria, a máxima de que é preciso muita paciência até conseguir algum resultado pode não agradar a quem experimenta o passatempo pela primeira vez. Antes que você jogue a vara para o lado e desista, calma: não há nada que não possa ser resolvido com uma mãozinha da tecnologia.

Se você está cansado de só jogar o anzol e rezar para algum peixe morder a isca, vários aparatos cheios de estilo podem facilitar seu trabalho (e garantir seu almoço), indo de barcos milionários a mapas que dizem se o dia está propício ou não para sair do local com o isopor cheio de bagres, robalos e tilápias.

A maioria dos itens não é exatamente acessível, já que leva tecnologia de ponta e alguns artigos de luxo, mas não custa nada sonhar com viagens usando alguns dos exemplos abaixo – que podem surpreender até mesmo quem nunca foi fã de uma boa pescaria.

Varas inteligentes: assim é covardia!

Uma das grandes características da pesca é a imprevisibilidade: se você está a alguns metros da costa ou em águas mais turvas, por exemplo, é impossível enxergar que tipo de peixe está por perto – e se algum está interessado em sua isca.

A FishEyes Rod acaba com essa curiosidade. Ela pode ser considerada uma “vara inteligente”: no lugar do anzol (que até pode ser acoplado separadamente), há uma câmera de vídeo que mostra em tempo real o que está acontecendo no fundo do mar. Ela vem até com um sensor que deixa a imagem nítida, mesmo que o dia esteja bastante ensolarado.

O produto é mais indicado como um brinquedo para crianças ou um acessório para pescas simples, como em lagos ou tanques, já que conta com uma linha de pouco menos de 8 metros e não parece aguentar fisgadas de peixes maiores. O custo é, em média, de US$ 60 (cerca de R$ 110).

Sem chances para os peixes. (Fonte da imagem: Divulgação/Pack-Rifle)

Uma alternativa mais radical é a vara em formato de rifle lançada pela Pack-Rifle. Parecida com um arpão, ela pode ser acoplada com uma mira telescópica (e a garantia de voltar para casa sem as mãos vazias). Só que o preço é salgado: US$ 425 (quase R$ 800). Será que não é melhor tentar a sorte do jeito tradicional?

Superbarcos: é só escolher o seu

O Adastra é sempre o centro das atenções. (Fonte da imagem: Reprodução/Daily Mail)

A opinião é quase unânime entre os pescadores mais veteranos: praticar a atividade em um barco em pleno alto-mar é uma experiência muito mais gratificante. Mas, se você tem um dinheiro sobrando, por que não investir em um paraíso artificial no meio do oceano?

São inúmeras as opções de barcos de luxo para quem vai tirar férias com estilo. O chinês Adastra, por exemplo, tem 42,6 metros de comprimento e 16 de largura, além de ser controlado via iPad. Para navegar com ele, entretanto, só desembolsando R$ 43 milhões.

(Fonte da imagem: Divulgação/Viking)

Com quatro andares e varandas para todo mundo pescar em quatro alturas diferentes, o modelo 82 EB da Viking é um pouco mais modesto, apesar de seus 225 m² de superfície. Com um design futurista, a edição mais nova da fabricante de iates conta até com um armazenador de iscas estrategicamente posicionado na popa do veículo.

O interior abriga três quartos comuns e um cômodo especial, que parece uma suíte presidencial de hotel, com cama king size, banheiros luxuosos, uma televisão de respeito e até ar ar-condicionado.

Espinhel 2.0: o computador vai pescar

O atum pescado em massa é congelado no convés para transporte. (Fonte da imagem: Lalo de Almeida/Folhapress)

O espinhel é uma espécie de rede composta por uma linha central e uma série de ramificações contendo anzóis nas pontas. Como é usada também pelos mais simples pescadores, a tecnologia aqui está no sistema que controla o objeto de captura em grandes embarcações: um computador que controla todo o equipamento e monitora atividades como a temperatura da água e o tempo levado para a captura de um peixe em cada anzol.

Mas a tecnologia é polêmica: navios brasileiros que saem em busca de atum, por exemplo, usam linhas de 150 km de extensão, contendo 3 mil anzóis. Como o impacto ambiental geralmente é grande, já que toneladas de peixes são pescados por ano com o aparelho, a prática com o espinhel em alta profundidade é limitada ou até proibida em alguns locais.

Mapa online: será que o mar está para peixe?

Especialmente nos Estados Unidos, quem pratica pesca esportiva não sai de casa sem consultar mapas especiais que indicam se o dia será produtivo ou não, baseando-se em itens como maré, temperatura da água, dicas de outros pescadores e áreas com possíveis cardumes.

São vários os fatores que determinam o dia perfeito para pescar. (Fonte da imagem: Reprodução/SSTCharts)

O FishDope, por exemplo, cobra US$ 169 por ano para fornecer essas informações em tempo real a partir de mapas detalhados sobre a costa da Califórnia. Um pouco mais rudimentar, mas bastante atualizado, o SSTCharts usa imagens via satélite para mostrar dados parecidos em vários pontos da costa norte-americana nos formatos Java, HTML e PDF.

Os pontos indicados podem conter cardumes. (Fonte da imagem: Reprodução/FindYourWater)

Já o FindYourWater funciona a partir do Bing e é constantemente atualizado com novas localidades, cobrindo vários rios espalhados pelos EUA e indicando os “pontos quentes” para pesca, além da profundidade e da corrente do local. Com tantos dados assim, não tem desculpa para não conseguir fisgar alguma coisa.

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A pesca pode não ser um passatempo unânime, mas essas tecnologias são capazes de deixar qualquer um interessado, mesmo que você não tenha nascido para pegar peixes. E não se engane: nenhum dos exemplos acima é história de pescador.

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