#AstroMiniBR: veja uma fechadura cósmica

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Imagem: NASA/ESA

Em publicações semanais, o TecMundo e o #AstroMiniBR, perfil do Twitter que reúne astrônomos e divulgadores de astronomia, selecionam cinco curiosidades sobre o espaço. Confira os destaques desta semana abaixo!

#1: Uma fechadura vazia no espaço

A imagem acima apresenta uma observação um tanto curiosa registrada pelas lentes do telescópio espacial Hubble (HST) da NASA. Trata-se do objeto celeste NGC 1999, uma nebulosa de reflexão na constelação de Órion que está a cerca de 1.350 anos-luz da Terra e fica perto da famosa Nebulosa de Órion, que é a região mais próxima de alta formação estelar da Terra.

A NGC 1999 é por si só o registro cósmico de uma história de formação estelar, uma vez que é composta de detritos remanescentes de uma estrela recém-nascida. Esse objeto é fortemente caracterizado pela neblina que parece se enrolar ao redor de um poste de luz, que brilha devido à fonte de luz interna. Essa fonte luminosa é a estrela V380 Orionis, que é visível no centro da imagem. Contudo, o aspecto mais notável da NGC 1999, é a região escura que aparenta ser um buraco em seu centro, que se assemelha a um buraco de fechadura cósmico.

Há alguns anos, logo em que a observação foi feita, os astrônomos acreditavam que essa mancha escura era, na verdade, uma estrutura conhecida como glóbulo de Bok: uma densa e fria nuvem de gás, moléculas e poeira cósmica que bloqueia toda emissão de luz de fundo. No entanto, novas observações apontam que a mancha escura é, de fato, uma região vazia do espaço cuja origem permanece desconhecida.

#2: Um telescópio gigante vem aí!

Nem só de super telescópios espaciais vive a astronomia moderna! O Giant Magellean Telescope (GMT) é o telescópio terrestre mais avançado já projetado. Previsto para entrar em operação até o fim desta década, o GMT irá transpor as barreiras do conhecimento humano na área da astronomia e, a exemplo de muitos outros telescópios modernos, irá perscrutar o desconhecido.

Com uma qualidade de imagem sem precedentes, o telescópio irá associar sete espelhos para montar uma combinação de um dos maiores espelhos do mundo, com aproximadamente 25,4 metros de diâmetro, que terão cerca de 10 vezes mais capacidade de resolução que o telescópio Hubble e cerca de 4 vezes mais que o telescópio espacial James Webb.

Os objetivos científicos do GMT incluem a busca de planetas semelhantes à Terra, a análise de suas atmosferas, a busca de sinais de vida, a investigação das origens cósmicas dos elementos químicos, o estudo dos mistérios da matéria e da energia escura e muitos outros.

#3: A dança dos planetas

Como tudo no Universo, nosso sistema solar está em movimento. Os planetas orbitam o Sol e, ao mesmo tempo, também giram em torno de seus próprios eixos. Esta dança planetária remonta há cerca de 4,6 bilhões de anos e surge das condições iniciais inerentes à formação do próprio sistema solar.

Naquela época, uma enorme nuvem de gás e poeira (consistindo em restos de estrelas anteriores e de matéria interestelar) começou a colapsar sob a influência de sua própria gravidade. Ao fazer isso, a nuvem começou a girar e se formou em um disco. Nosso Sol se desenvolveu no centro desse disco giratório e, mais adiante, numerosos pequenos objetos, conhecidos como planetesimais, começaram a se formar. A partir deles, os planetas, luas, asteroides e cometas se formaram. Desse modo, quando o Sol e os planetesimais (e, posteriormente, os planetas) se desenvolveram, o momento angular do disco giratório foi preservado – parte dele na rotação do Sol e dos planetas em torno de seus próprios eixos.

Os eixos de rotação do Sol e dos planetas – ou seja, a linha imaginária em torno da qual os corpos giram – eram provavelmente perpendiculares ao plano do disco original, mas foram se modificando devidos às perturbações gravitacionais sofridas ao longo dos bilhões de anos seguintes, até atingirem a configuração atual, representada na imagem acima.

#4: Uma casa de estrelas idosas

A imagem acima foi feita pelo telescópio Hubble e apresenta o esplendor do aglomerado globular Terzan 1. Situado a cerca de 20 mil anos-luz de nós na constelação de Escorpião, é um de cerca de 150 aglomerados globulares pertencentes à nossa galáxia, a Via Láctea. Esses aglomerados contêm uma coleção de cerca de cem mil estrelas, mantidas juntas por sua atração gravitacional mútua em um formato aproximadamente esférico com algumas centenas de anos-luz de diâmetro.

O aglomerado Terzan 1 contém algumas das estrelas mais antigas da Via Láctea, apresentadas nas estrelas de cores avermelhadas na imagem. As azuis, por outro lado, são estrelas brilhantes e mais jovens que estão em primeiro plano, não fazendo parte do aglomerado.

#5: O poder de um quasar

Quasares são objetos celestes definidos como núcleos ativos de galáxias que são extremamente luminosos (AGN, da sigla em inglês para active galactic nuclei). Esses centros galácticos são alimentados por um buraco negro supermassivo, cuja massa varia de milhões a dezenas de bilhões de massas solares, cercadas por um disco de acreção de gás e plasma.

O gás no disco que cai em direção ao buraco negro aquece por causa do atrito e libera energia na forma de radiação eletromagnética, fazendo com que a energia radiante dos quasares seja enorme e os torne um dos objetos mais poderosos e energéticos do Universo.

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