Cientistas desenvolvem 'carrinho' que viaja dentro de células humanas

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Imagem: MIT

Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), desenvolveram uma antena capaz de explorar o interior de células vivas de modo eficaz e seguro. A pesquisa foi publicada na revista Nature.

Quando falamos em biologia celular, um dos maiores desafios é com certeza o tamanho do objeto estudado. As células são minúsculas e visíveis, em muitos casos, apenas através de microscópios.

Mas os pesquisadores do MIT conseguiram desenvolver uma micro-antena, batizada de Cell Rover (algo como veículo de células) capaz de interagir com as células, diretamente de seu interior.

O Cell Rover utiliza tecnologia wireless e foi testado em células oócitas (óvulos) de rãs xenopus. Imagem artística.O Cell Rover utiliza tecnologia wireless e foi testado em células oócitas (óvulos) de rãs xenopus. Imagem artística.Fonte:  MIT/ Irakli Zurabishvili para Deblina Sarkar, com modelos por IronWeber e Lauri Purhonen. 

Mas além do tamanho, outro desafio se colocava à frente deles: a ativação do mini rover. A micro antena usa tecnologia wireless, que é geralmente ativada por ondas eletromagnéticas. No entanto, essas ondas poderiam causar superaquecimento e danos às células.

Sendo assim, os cientistas utilizaram outro caminho. As antenas são construídas de um material magnetostritivo. Esse tipo de material tem propriedades ferromagnéticas, que modificam sua forma quando estimuladas por um campo magnético.

A partir dessa tecnologia, as antenas são capazes de transformar ondas eletromagnéticas em ondas acústicas, o que diminui as chances de a antena causar dados às células, tornando-a segura.

Quando há um campo magnético, as partículas ferromagnéticas presentes no rover, se movimentam, alinhando-se ao campo gerado.Quando há um campo magnético, as partículas ferromagnéticas presentes no rover, se movimentam, alinhando-se ao campo gerado.Fonte:  Freepik - Garry Killian 

Durantes os testes, os cientistas também foram capazes de ativar mais de uma antena na mesma célula. Eles provaram que elas podem interagir entre si, compartilhando dados, assim como enviar essas informações para equipamentos fora das células.

Para Anantha P. Chandrakasan, reitor da escola de engenharia do MIT, “o cell rover é um conceito inovador, pois pode incorporar tecnologia de sensoriamento, comunicação e informação dentro de uma célula viva.”

Além disso, os pesquisadores afirmam que a possibilidade de exploração intracelular abre novos caminhos para pesquisa, diagnóstico e tratamento de diversas doenças, como por exemplo: o câncer.

As pesquisas irão continuar, e todos da equipe estão esperançosos com os resultados, além de terem expectativas altas com relação aos avanços que o rover pode causar.

Fontes

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