#AstroMiniBR: qual é a verdadeira cor do Sol?

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Toda semana, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!

#1: O Sol na verdade NÃO é amarelo

Você ja se perguntou qual a cor do Sol? Provavelmente não, né? Porque desde sempre aprendemos que o Sol é amarelo e ponto final. Mas na verdade, não é bem assim.

Quando separamos a luz solar em diferentes comprimentos de onda, conseguimos ver que o Sol na verdade emite de forma mais ou menos homogênea em todas as cores do arco-íris. O que vemos é uma soma de todas essas cores, o que significaria que o Sol é na verdade branco, e não amarelo. Então, por que vemos o Sol amarelo na maior parte do tempo? Por que às vezes o Sol parece vermelho? Isso é por causa da nossa atmosfera.

A nossa atmosfera bloqueia ou espalha comprimentos de onda mais azuis. Isso é bom! Com isso ela bloqueia parte dos raios UV, que são super tóxicos para humanidade! Mas voltando, a atmosfera também age em bloquear raios azuis da parte visível. Isso significa que, quando a luz do Sol atravessa nossa atmosfera, parte dos raios azuis se perde pelo caminho. É por isso também que o céu que vemos é azul! Por isso o Sol parece amarelo.

Pelo mesmo motivo, quando o Sol se põe ou nasce, os raios atravessam uma quantidade ainda maior de atmosfera para chegar até a gente. Com isso, até mesmo o amarelo do Sol fica perdido, e sobra só os raios mais avermelhados!

#2: Mais de 230 anos do descobrimento de uma das luas geladas do Sistema Solar

O astrônomo britânico William Herschel foi responsável por várias contribuições para a astronomia, e uma delas aconteceu há mais de 230 anos: o descobrimento da lua gelada Encélado. Essa lua orbita um dos gigantes gasosos, Saturno, e tem apenas 500 km de diâmetro, sendo o sexto maior satélite do planeta.

Apesar de pequeno, esse satélite é super complexo e interessante: a lua tem sinais de sustentar um oceano global de água liquida abaixo da superfície congelada! Uma das evidências da existência desse oceano são criovulcões no polo sul, que ejetam cerca de 200kg de material por segundo. Teoriza-se, além disso, que esses criovulcões estão relacionados com a criação do anel E de Saturno, um anel mais distante e disperso no qual a lua está inserida. Esse anel deveria ser instável e ter se dissipado. Mas, com a constante injeção de novas partículas a partir de Encélado, conseguimos observar esse anel até hoje!

#3: Quem promete tem que cumprir, e o JWST não está deixando a desejar!

A gente já sabia que o JWST trazia muitas promessas, mas a gente não esperava que ia ser tão rápido! Com pouco mais de alguns meses de dados do telescópio espacial, astrônomos e astrônomas em todo o mundo ja estão conseguindo quebrar alguns recordes. Um deles é a primeira detecção de dióxido de carbono presente na atmosfera de um exoplaneta! O exoplaneta em questão é o WASP-39 B, um gigante gasoso que orbita uma estrela parecida com o Sol que está a 700 anos-luz de distância da gente!

Como o JWST conseguiu essa proeza? Existe uma técnica para estudar a atmosfera isolada de exoplanetas e é através do que chamamos de "luz filtrada". De forma resumida, o que acontece é: observa-se a estrela quando o planeta está atrás dela, dessa forma temos a luz pura da estrela. Em um outro momento, observamos a estrela novamente, mas dessa vez com o planeta na frente dela. Uma partezinha da luz da estrela irá passar pela atmosfera do planeta antes de passar pela gente, então essa luz está "contaminada" com os elementos da atmosfera do exoplaneta. Ao subtrair a luz "contaminada" da luz pura da estrela, conseguimos observar apenas as contribuições dos elementos presentes na atmosfera do exoplaneta! Com uma sensibilidade e resolução incríveis, o JWST conseguiu detectar pela primeira vez a presença de dióxido de carbono em uma atmosfera bem longe daqui!

Isso interessa muito para a astrobiologia, já que a forma que buscamos por vida fora da Terra é principalmente através das bioassinaturas. Ou seja, assinaturas biológicas e químicas que indicam a presença de vida fora daqui!

Fiquem ligados para mais que vem por aí com o JWST.

#4: O que existe nos confins da Via Láctea?

A gente conhece uma visão bem clássica da Via Láctea: uma galáxia achatada com a presença de algumas estruturas como braços espirais e uma barra central. Mas a Via Láctea vai além disso!

A maior parte da massa que enxergamos e da luz na nossa Galáxia realmente estão concentradas no plano do disco, mas ao redor da Via Láctea tem o que chamamos de halo. Essa é uma estrutura circular que engloba a Via Láctea por inteiro. Nessa estrutura geralmente temos a presença de aglomerados globulares bem antigos, provavelmente os primeiros a se formar na Galáxia.

Além disso, a Via Láctea também tem um outro halo bem massivo, mas nesse caso é um halo invisível composto de matéria escura!

#5: De volta à Lua?

Ainda não foi dessa vez, mas estamos chegando lá! Nessa semana que passou, tivemos duas tentativas de lançamento da missão Artemis 1, que promete ser o primeiro passo para levar a humanidade de volta à Lua! Essa é a primeira aeronave do programa Artemis e, por enquanto, é um teste não tripulado. O plano do satélite é orbitar a Lua e retornar para Terra em segurança. Esse voo leva a bordo alguns experimentos que vão possibilitar que a gente entenda bem as consequências da viagem para vida e permita que as próximas viagens tripuladas sejam planejadas com mais segurança.

Artemis 1 ainda não foi lançada e a próxima janela de possibilidade é dia 20 de setembro. Caso não seja possível, o lançamento ocorrerá apenas em outubro.

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