Empresa japonesa lança missão inédita de limpeza de lixo espacial

2 min de leitura
Imagem de: Empresa japonesa lança missão inédita de limpeza de lixo espacial
Imagem: Reprodução

Na manhã dessa segunda-feira (22), horário local, o Cosmódromo de Baikonur, base de de foguetes localizada no Cazaquistão, lançou a missão End-of-Life Services by Astroscale (ELSA-d), que, de acordo com as expectativas, carrega uma tecnologia capaz de auxiliar na limpeza de lixo espacial que orbita nosso planeta.

Mais de 8 mil toneladas métricas de detritos colocam em risco sistemas diversos, como os de localização (GPS), previsão do tempo e telecomunicações, uma vez que podem atingir equipamentos vitais para o funcionamento de soluções aqui na Terra. Uma das maneiras de tirá-los do caminho é redirecioná-los à atmosfera, que os incinera naturalmente, justamente a proposta da empreitada.

Neste primeiro teste, dois dispositivos demonstrarão a capacidade da novidade, sendo que um deles gerará um campo magnético, capturará o segundo e o lançará para pontos desejados, explica a Astroscale, empresa privada de remoção de detritos orbitais com sede em Tóquio, Japão, à frente das pesquisas.

Novidade é capaz de capturar detritos e de lançá-los à atmosfera.Novidade é capaz de capturar detritos e de lançá-los à atmosfera.Fonte:  Reprodução 

Ao longo de seis meses, o processo citado se repetirá, administrado a partir do Reino Unido, atestando a eficácia da abordagem em vários níveis de complexidade. Apesar de promissor, o método não foi projetado para retirar aquilo que já se encontra flutuando a nosso redor e funcionará apenas com futuros satélites que contenham placas de acoplamento compatíveis.

É muito lixo (e vem ainda mais)!

Segundo um levantamento recente publicado pela NASA, ao menos 26 mil peças "desgarradas" são do tamanho de bolas de baseball, que, a mais de 28 mil quilômetros por hora, representam um verdadeiro perigo a qualquer coisa que atinjam. Além disso, mais de 500 mil delas têm o potencial de detonar missões se colidirem com sistemas de proteção, tanques de combustíveis e cabines de espaçonaves.

De todo modo, a população mais comum de detritos é composta por elementos do tamanho de grãos de areia, mais de 100 milhões. Mesmo minúsculos, perfuram facilmente roupas de astronautas, ampliando os riscos de consequências catastróficas.

Quantidade de lixo espacial ao redor da Terra aumenta a cada dia.Quantidade de lixo espacial ao redor da Terra aumenta a cada dia.Fonte:  Reprodução 

Logo, por mais que pouco possa ser feito quanto ao que já está lá, é preciso evitar que o acúmulo fique ainda maior, e outras iniciativas se dedicam a essa tarefa. Todo esse receio tem fundamento. Em 2019, por exemplo, um satélite da Índia explodiu e seus pedaços poderiam causar danos à Estação Espacial Internacional.

Em 2016, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial enviou uma corda de 700 metros ao espaço para tentar diminuir a velocidade de fragmentos e redirecionar lixo espacial, e, em 2018, um dispositivo chamado RemoveDebris lançou com sucesso uma rede ao redor de um satélite fictício.

Por fim, em 2025, a Agência Espacial Europeia planeja enviar um robô autodestrutivo para a órbita. Tais esforços, que agora contam com a presença da ELSA-d, se tornarão ainda mais importantes conforme empreendimentos privados tomam conta céus, afinal mesmo eles não estão livres de sofrer e causar novos acidentes.

Fontes

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.